A corrupção "padrão Fifa" que o FBI expôs inicialmente se concentra nos peixes grandes do mundo da bola, mas é preciso também abrir o olho para cardumes menores.
Afinal, é pouco provável que o esquema de suborno e favorecimento só exista no topo da pirâmide da Fifa, pois quem faz realmente a roda girar está um andar abaixo, na casta dos burocratas, por onde os papéis circulam.
Sem falar que é bem improvável que alguns dos medalhões envolvidos se dessem ao trabalho de sair de casa para fazer depósitos, saques ou ainda levar malotes de dinheiro com as próprias mãos.
No caso do torneio Copa do Brasil, por exemplo, não é possível que entre os envolvidos e ainda não listados, não há alguém que pelo menos estranhasse ou suspeitasse que algo estava acontecendo fora do quadrado.
Talvez o FBI não se interesse pela pescaria dos peixes pequenos, mas alguém tem que jogar a rede e tentar fisgar os peixinhos com a boca no anzol.
Tirar de circulação os cabeças da história é um ganho e tanto, mas é importante também chegar até a raiz do problema, pois o peixe pequeno que permanece já aprendeu o caminho para um dia se tornar um tubarão.