Foto: André Nery/JC Imagem
Pode perguntar para qualquer atleta que alcançou o topo em algum momento. Mais difícil do que chegar lá é se manter. Não só porque os adversários sempre tentam superá-lo, mas porque existe uma zona de conforto perigosa que às vezes cega na hora de continuar evoluindo. É a tal da acomodação. No futebol não é diferente. Se acomodar é uma das piores maneiras de se chegar ao fracasso. O Sport da atual temporada vem sendo prova viva disso até o momento.
Pois vejamos, os rubro-negros chegaram ao topo no ano passado com as conquistas do Pernambucano e do Nordestão. Além disso, a equipe teve uma vida tranquila no Brasileirão. Tudo indicava que o Leão era mais do que favorito em 2015, ainda mais mantendo o elenco. Só que faltava algo que fizesse os leoninos irem além mais uma vez, como no ano passado. Faltou sair da zona de conforto. E foi justamente aí que os adversários se criaram diante dos rubro-negros.
Não é desleixo, não entendam mal. A acomodação às vezes vem até naturalmente, principalmente quando os resultados estão vindo. Com o Sport, eles vieram, mesmo que de maneira apertada em alguns momentos. Mas na hora da decisão o Leão falhou justamente por ter se acomodado no passado.
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Por conta da acomodação, o Leão fechou os olhos para as falhas da equipe, como a lateral direita e o ataque. Confiou que nomes como Vitor, Joelinton, Felipe Azevedo e Samuel fossem resolver. Não que esses sejam maus jogadores. Mas apostar que eles sejam os protagonistas sempre é pedir demais eu acredito. Dentro desse contexto, entra o aspecto das contratações, que foram poucas. Porém, mais do que questionar o número, é mais válido perguntar quem de fato chegou para acrescentar algo diferente no time de 2014? O Sport trouxe um goleiro reserva, Danilo, um lateral que mal jogou, Alex Silva, um atacante que não resolveu até agora, Samuel e um meia-atacante que viveu altos e baixos, Élber. Muito pouco para se conformar.
Acomodado, o Sport não pensou em outros estilos de jogo até o momento. Pior do que isso, os rubro-negros não possuem atualmente uma cara de time. Regrediu em relação ao ano passado. Faltou enxergar isso mesmo quando as vitórias estavam vindo.
Por fim, aos jogadores faltou levar a competição com maior caráter competitivo. Era lógico que o Sport tinha um elenco favorito tanto no Pernambucano como no Nordestão. Mas para isso o Leão tinha que se doar como no ano passado, quando cada metro de campo era disputado até o fim. Faltou a disposição de 2014.
Que o fracasso do primeiro semestre sirva de lição para os leoninos no futuro, mais precisamente na Série A. Existe sim salvação para o Sport, mas é preciso trabalho intenso e sair do conforto. Aliás, não existe mais porque os rubro-negros ficarem acomodados. Estão nesse momento por baixo e precisam provar que podem dar a volta por cima.
