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Análise: a violência no futebol e o Todos com a Nota

Ramon Andrade
Ramon Andrade
Publicado em 07/04/2015 às 15:04

Vioência torcida

É delicado dar esse tipo de opinião, pois corre-se o risco de ser tomado como elitista, mas para mim uma das saídas - não a única, diga-se de passagem, pois o problema é bem complexo - para combater a violência que tomou conta do futebol pernambucano passa por reavaliar o programa Todos com a Nota.

Não se trata de atribuir os atos de violência a um estrato social de menor poder aquisitivo, mas de entender que a noção de valorizar algo passa pelo fato desse algo ter um... valor. O que é de graça geralmente não é devidamente valorizado.

Uma confusão comum é associar o fato de o futebol ser um esporte popular com ele ser público. O que não tem nada a ver, afinal os times são geridos, muito mal geridos por sinal, de forma privada, e com pouca ou nenhuma contrapartida social.

Públicos devem ser os serviços fundamentais ao cidadão, como saúde, educação e segurança, numa escala de importância bem superior ao futebol, que apesar de tratado como gênero de primeira necessidade por muitos, trata-se apenas de um entretenimento.

Por negligência ou falta de interesse em tomar uma atitude impopular, o Governo perdeu o controle sobre quem são os beneficiados do Todos com a Nota, que tipo de cidadão - ou não - está usufruindo do ingresso franqueado pelo dinheiro público para ir assistir ao futebol ou tocar o terror.

Dessa forma, o contribuinte - inclusive o que não gosta nem de futebol - é quem acaba financiando a ida ao estádio de pessoas como todo tipo de interesse, exceto o de ver a bola em jogo, e que no caminho à praça de jogo transforma tudo o que vê numa praça de guerra.

Pior, o Estado cria um problema para ele mesmo, deslocando um contingente de centenas de PMs a fim de garantir a ordem para uma desordem que ele parcialmente tem responsabilidade. Uma operação com custo financeiro e social, afinal quando se tira um policial de um lugar para colocar dentro de um estádio, deixa-se aquela parte da cidade menos protegida.

Sem falar nas depredações dos ônibus, metrôs e do patrimônio público, uma conta que acaba sendo repassada ao cidadão.

E das vidas perdidas parcialmente ou por completo, o que não têm nem preço.

Se o Governo não tem condições de exercer de alguma forma o controle sobre como o dinheiro público está sendo investido, se com torcedor que ama o futebol ou quem não tem o mínimo apreço nem pela vida dos outros, melhor suspender o Todos com a Nota.

O que não se pode mais é ter o sangue de gente inocente derramado com ajuda do dinheiro público.

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