Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
O técnico Eduardo Baptista não depende mais apenas das próprias convicções para escalar o time do Sport.
Classificado na Copa do Nordeste e ainda com a Copa do Brasil e as finais do Estadual pela frente, o calendário fica ainda mais desumano e pode chegar a nove, ou mais, jogos em um mês.
Para que lamentável cena de domingo, com Páscoa manquitolando com a mão na coxa, não vire rotina, o treinador, além dos próprio botões. vai ter que ouvir conselhos de um auxiliar que já é um velho conhecido dele.
O teste de "CK".
O exame de creatina-quinase, o tal CK em inglês, é uma mão na roda na hora de se perceber se um atleta está no limiar da contusão por fadiga muscular.
E o CK, como bom amigo, não esconde o jogo, só fala a verdade, sem dó nem piedade.
Pesa a favor de Eduardo o fato de ele ser preparador físico de origem, manjar desse negócio de creatina-quinase, entender que os limites humanos precisam ser ouvidos e respeitados.
Ou o preço que se paga pode ser alto de mais.
A escalação para a estreia da Copa do Brasil já é um pouco disso. Os jogadores mais experientes - e portanto mais suscetíveis a contusões - não embarcaram. A missão de matar o jogo de volta e aliviar o nó da gravata do calendário é da meninada, que tem mais lenha para queimar sem ter medo do bicho-papão do CK.
Da lista que foi eu não arriscaria nem Mancha, nem Rithely, que já não são mais guris.
Mas o treinador sabe o que faz. Deve ter sentado ao lado do velho CK de guerra e levado um longo papo, na grande, e o teste amigo com a segurança de costume confidenciou a ele: "Pode levar os dois, que eu garanto".
Eduardo, homem de fé que é, não titubeou.
Ele sabe que nessas horas de maratona de jogos, é assim, deus no céu e o CK na terra.