Por Carlyle Paes Barreto, colunista de Esportes do Jornal do Commercio
A campanha irregular que faz o Sport no Nordestão, com sério risco de ser eliminado já no domingo, é mais que uma prova do baixo nível técnico do Campeonato Pernambucano. Onde o Leão reina absoluto. E é reflexo da má montagem do time e um aviso dos problemas que devem vir por aí, no Brasileirão. Se o abismo financeiro é enorme, para os clubes do eixo Rio-São Paulo-Sul-Minas, ele é colossal na parte técnica.
Tão bisonha quanto a apresentação do Sport em Fortaleza, na noite desta quarta-feira, é a passividade da comissão técnica em mudar a forma de jogar e da diretoria em buscar reforços. Reforços de verdade. E não contratações meia-boca, como vêm ocorrendo. Se algo não for feito com certa urgência, um ano que começou em alto astral pode ser encerrado com crise.
Seria exagero ou precoce falar nisso? Pode ser. Mas avaliando todos os jogos desta temporada, com exceção daquela vitória sobre a frágil Socorrense, em Aracaju, o normal é ver desorganização em campo. Fruto, também, da carência de peças. Além da inabilidade do treinador em modificar o esquema de jogo.
Se as vitórias do Estadual encobriram erros crassos, os tropeços do Nordestão expuseram problemas crônicos, abrindo feridas que estavam à tona.
Se a direção acha que está tudo certo e que a derrota para o Fortaleza, com Magrão evitando goleada, é normal, é sinal que o problema é mais grave. E se tiver a certeza que o time possa inverter a vantagem cearense apenas com maior pegada ou mais atitude, é porque não há mesmo solução.
