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Verdades e mentiras sobre o público do clássico

Ramon Andrade
Ramon Andrade
Publicado em 26/02/2015 às 14:27

Público no Clássico das Emoções foi cerca de 10% da capacidade da Arena Pernambuco. Foto: Guga Matos/JC Imagem Público no Clássico das Emoções foi cerca de 10% da capacidade da Arena Pernambuco. Foto: Guga Matos/JC Imagem

É verdade que o público do clássico entre Náutico e Santa foi inferior ao de Serra Talhada e Salgueiro, mas outras verdades também precisam ser ditas.

A primeira é que não se pode afirmar precisamente se o público no Nildo Pereira, em Serra Talhada, foi mesmo de 4.859 pessoas (contra 4.626 na Arena), afinal, é mais do que sabido que os sabidos cartolas dos times de interior, com a anuência velada da FPF e do poder público, superfaturam a presença nos estádios a fim de faturar um pouco mais com o Todos com a Nota.

No ano passado, o Diario de Pernambuco empreendeu uma batalha contra os públicos fantasmas e flagrou diversos jogos com arquibancadas às moscas que contrariavam os números dos borderôs, fenômeno nunca explicado por quem deve.

Mas mesmo que tivesse sido, vá lá, é um público realmente mequetrefe e que merece críticas, mas não deixa de soar estranho e até constrangedor que elas também partam da Globo.

Tudo bem, a qualidade dos times não é assim tão grande, nem o Estadual é hoje o que já foi, mas se tem algo que afugenta o público do estádio é o horário do jogo, indecorosamente marcado por imposição da emissora às 22h de um dia de semana, incompatível com o horário de funcionamento do transporte público e com os índices de violência do Estado.

Para se ter um ideia, em Londres, onde se muito morre meia-dúzia de pessoas vítimas de arma de fogo por ano, com mais 200 estações e 500 quilômetros de extensão de metrô, os jogos à noite nunca começam além das 19h30, para que o torcedor encha o estádio e retorne são e salvo.

Eu até acho que numa circunstância dessas, sem segurança e saber ao certo que vai voltar para casa, e ainda com o jogo transmitido ao-vivo e de graça para a TV, inclusive para a mesma cidade, cada um dos 4.626 torcedores na Arena em vez de serem criticados, deveriam ser parabenizados pela coragem e amor ao clube.

Que fique claro que não se trata de uma crítica aos profissionais da Globo, praticamente todos caros amigos meus e certamente entre os melhores do estado, uma casa que orgulhosamente tomei parte e onde inclusive passei anos comentando nos canais pagos jogos em horários igualmente inapropriados. Era, assim como eles são, tão vítimas quanto qualquer um do surreal horário dos jogos.

Toda vez que escrevo sobre isso, um cético aparece para comentar o post dizendo que é assim mesmo, quem paga faz o que quer, ou algo que o valha. Pode ser. Mas eu ainda acho que quanto maior o poder, maior a responsabilidade.

O público pequeno do clássico, digno de um jogo entre modestos, mostra exatamente o tamanho do cuidado que estão tendo com o nosso futebol.

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