Imagem do Presidente Glauber Vasconcelos
Felipe Amorim
Do JC Online
Diante da possibilidade de o presidente do Executivo do Náutico, Glauber Vasconcelos, convocar uma reunião com os todos sócios do clube no intuito de derrubar o veto do Conselho Deliberativo, órgão máximo da entidade, de não aprovar o uso da cota da Arena PE como garantia de um empréstimo bancário, alguns conselheiros já se articulam para pedir o seu afastamento por seis meses ou até, em último caso, o impeachment.
Na última quarta-feira (17/12), ficou decidido que o CD não colocaria um aditivo no contrato de duração de 30 anos firmado junto ao consórcio que administra a Arena. Tudo para não comprometer ainda mais essa cota do clube, que agoniza numa crise financeira sem tamanho. Hoje, os custos são maiores que as receitas.
Segundo informações de bastidores, o valor do empréstimo seria de R$ 6 milhões e começaria a ser quitado depois de dez meses, divididos em 60 vezes, com juros de 1,1%.
Logo após o veto de uma reunião da última quarta, marcada por um clima hostil na sede, com ameaça de membros da facção organizada Fanáutico a alguns conselheiros, o próprio Glauber afirmou: “Essa batalha nós perdemos, mas não a guerra”. Em seguida, ao lado de um grupo de torcedores, completou: “Convocaremos uma assembleia geral de sócios para botar isso em pauta”.
Os conselheiros estão tão receosos quanto a um novo embate com os membros da Fanáutico que já cogitam realizar a próxima reunião do CD, marcada para o dia 8 de janeiro, fora dos Aflitos.
Por conta do clima insustentável que ficou nos bastidores do clube, e na iminência de a convocação com os sócios realmente acontecer, os conselheiros prometem não ficar parados. Eles já começam a se articular para o revide. “Se ele insistir em convocar a assembleia dos sócios para derrubar o veto e desmoralizar o Conselho, vamos pedir o seu afastamento ou até o impeachment. O estatuto do clube permite tais ações”, afirmou o conselheiro Ernesto Gonçalo Cavalcanti, que nesta sexta-feira (19/12) enviou uma carta a Glauber declinando oficialmente do convite feito pelo próprio presidente para ser o representante do clube na Federação Pernambucana de Futebol (ver a carta no fim da matéria).
“Naquele dia da confusão com a torcida na sede, alertamos Glauber que ele poderia responder civil e criminalmente por qualquer dano que houvesse. Essa afronta ao Estado Democrático de Direito não ficará barato. Tomaremos todas as medidas legais”, perseverou Ernesto Gonçalo Cavalcanti.
Confira a carta de Ernesto Gonçalo Cavalcanti enviada ao presidente Glauber Vasconcelos
“Recife (PE), 19 de dezembro de 2014
Ao Dr. Glauber Vasconcelos
Presidente do Executivo do Clube Náutico Capibaribe
Sirvo-me do presente, com o objetivo dar-lhe ciência da minha recusa ao convite de representar esta gloriosa instituição, o nosso querido e amado CNC, junto à Federação Pernambucana de Futebol, no ano de 2015,.
Com efeito, diante dos lamentáveis fatos e atos ocorridos quando da última Assembléia Extraordinária do Conselho, do qual integro, quando dentre outras coisas ficamos sitiados por, tão somente, termos exercido o nosso direito de expressarmos o entendimento que, naquela ocasião, não lhe era conveniente e convergente.
Sendo assim, entendo que não devo, por questão de consciência, participar desta gestão executiva que, a meu ver, contribuiu para que os lamentáveis fatos viessem a subsistir, embora, seja motivo de orgulho para qualquer alvirrubro representar seu clube em qualquer instância. Finalmente, repito, declino do convite por, conforme dito alhures, não comungar das atitudes, gestos e ações empreendidas pela Presidência do Executivo do CNC.
Atenciosamente,
Ernesto Gonçalo Cavalcanti
Conselheiro do Clube Náutico Capibaribe”
