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Seleção feita para gringo ver

Thiago Wagner
Thiago Wagner
Publicado em 19/10/2014 às 15:41

Foto: Site CBF Foto: Site CBF

Do JC on Line- Por Alexandre Arditti

Um dos principais símbolos do orgulho nacional, a seleção vem se transformando cada vez mais em uma “estranha” para os fãs brasileiros de futebol. Reflexo imediato do distanciamento da equipe canarinho de seu próprio País. Tirando as partidas oficiais pelas Copas das Confederações (2013) e do Mundo (2014), o time entrou em campo 21 vezes nas últimas duas temporadas, sendo apenas seis delas no Brasil. Desproporção que vai aumentar mais até o fim deste ano, uma vez que a equipe do técnico Dunga tem mais dois amistosos marcados, ambos em novembro no exterior – no dia 12, contra a Turquia em Istambul, e, no dia 18, ante a Áustria em Viena.

“Realmente, no passado, havia uma maior identidade entre os torcedores e a seleção brasileira. O fato de atuar constantemente fora do País vem aumentando o distanciamento do povo com a equipe e esfriando a paixão que existia”, avaliou Túlio Velho Barreto, pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco.

Havia uma esperança grande entre os brasileiros de que, com o investimento bilionário para a construção de 14 arenas – doze delas para a Copa do Mundo, a seleção passasse a atuar mais em seu próprio País. No entanto, Neymar e companhia só deverão dar o ar da graça nos modernos estádios nacionais em partidas oficiais válidas pelas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa-2018, que começam a ser disputadas no ano que vem. Já os amistosos continuarão concentrados nos Estados Unidos e na Ásia.

Essa “mudança de endereço” da seleção é consequência da política comercial da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que vendeu no fim de 2012 os direitos de organizar os amistosos para uma empresa da Arábia Saudita, a ISE, sediada nas Ilhas Cayman. Os sauditas pagam cerca de R$ 2,1 milhões por jogo à CBF e passam a ter autonomia para escolher os locais dos confrontos e os adversários, afinal, são eles quem vão explorar comercialmente cada partida (direitos de transmissão, bilheteria e placas de publicidade).

A empresa saudita considera os mercados norte-americano e asiático como os mais importantes para potencializar os seus lucros. Não à toa, de fevereiro de 2013 para cá, a seleção brasileira atuou quatro vezes nos Estados Unidos e outras quatro na Ásia (duas na China, uma em Seul e outra em Cingapura). No mesmo período, foram só seis partidas no Brasil (Goiânia, duas vezes, e São Paulo, Porto Alegre, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, uma cada).

O contrato da CBF com a ISE para a exploração das partidas da seleção se estendem até 2022. Até lá, o torcedor brasileiro tem que se preparar para ver as partidas pela TV. “Mas mesmo à distância, a seleção está reconquistando os torcedores brasileiros. A relação andava meio abalada desde aquela derrota humilhante para a Alemanha, por 7x1, nas semifinais da Copa. Mas as vitórias nos amistosos certamente vão reaquecer a paixão pela equipe que representa o nosso País”, considerou o autônomo Esdras Macêdo, de 49 anos, que se considera um “superfã” do time canarinho. “Temos agora estádios modernos, e o torcedor vai cobrar partidas da seleção em seus Estados. Isso é natural”, completou.

Enquanto a seleção principal atua mundo afora, a CBF quer que, pelo menos, a equipe olímpica (sub-23) jogue o máximo possível no Brasil no ano que vem e assim “aqueça” a paixão da torcida. A entidade diz que a prioridade é apresentar os atletas para os torcedores, afinal a maioria deles estarão em campo nas Olimpíadas do Rio-2016.

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