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Em crônica, torcedora faz uma análise da situação do Santa Cruz

Ramon Andrade
Ramon Andrade
Publicado em 23/04/2014 às 13:05

Por Magali Gama*

Em terras de Zés...

Era uma vez, num mundo bem perto, a terra dos Zés. Um dos mais queridos, o Zé Coral, era homem do povo, apaixonado por um esporte do povo, o “bola no pé”, torcia e vibrava por seu time, o centenário de nome santo e da cor do seu nome, coral. Em todos esses anos, Zé Coral nunca abandonou o centenário,

mesmo nos piores momentos, pois o nome santo, se nas vitórias tinha garra, nas derrotas tinha alma, transpirava luta.

Nos últimos tempos, como o time centenário andava mal das pernas, muitos se afastaram e quase ninguém queria administrá-lo. Mas tinha o Dr. Zé, homem letrado, de família coral, que não se esquivou. Assumiu, chamou o Boy Zé, convocou alguns Zés centenários na idade e no clube de nome santo. Dr.

Zé tinha boa vontade, mas tinha também uma vontade não tão boa: era político e ambições políticas não combinavam com nome santo.

No fundo do poço, Zé Coral sofria, mas nunca abandonava seu amor centenário. E acreditando em Dr. Zé, apoiou desde o primeiro dia a dura caminhada para reerguer o santo nome. Começou por um  Zé Pequeno, que ajudado por Zé Cocão, levantou o santo nome do chão. Depois veio Zé Martelo, que continuou a jornada e mais uma alegria fazia Zé Coral voltar a sorrir. A ganância afastou Zé Martelo e  Zé Cocão achou que já sabia fazer o “bola no pé” rolar. Doce ilusão, quase pôs tudo a perder.

Pra não perder seus “eleitores”, digo, “torcedores”, Dr. Zé chamou Zé Buchudo, que deveria salvar a pátria, os cofres e a eleição, digo, o campeonato. Zé Buchudo era um cara durão, mandão e ditador, mas aos trancos e barrancos conseguiu o que todos queriam: o nome santo estava de volta, não se falaria apenas da Nação Coral, mas do time de nome santo, que voltava a ter “bola no pé”.

Zé Coral era só alegria, o povo era só festa. Agora era só cantar parabéns para o nome santo centenário  em alto estilo. Será? Dr. Zé, em todos esses anos, lutou muito com poucos recursos. Mas Boy Zé, Zé Pretinho e todos os  outros Zés Manés que lá estavam, começaram a se perder entre o real e o sonho, entre números e farsas,  entre amor e poder. E Zé Coral começou a perceber que amar só não bastava, apoiar só não dava forças,  torcer não dava títulos. Dr. Zé insistia que o nome santo não tinha recursos, que Zé Coral era obrigado  a continuar “sustentando” o centenário e que seus “eleitores”, digo “torcedores” não levantarão o santo nome em vão.

Mas esse é o ano centenário, Dr. Zé. A família Zé Coral está lá desde o começo. Tem nos princípios os  ideais de igualdade, de lealdade e de bravura dos 11 Zés fundadores. E está cansando de ser usada, iludida  e ludibriada. Zé Coral cresceu. Também estudou, foi menino pobre, mas não quer viver da pena do outro.  Zé Coral quer trabalho, quer viver de forma digna. E no centenário o que não se viu foi o que não se  teve: luta, vontade, garra. Em 03 meses, Zé Coral foi do céu ao calvário, do sonho palpável à realidade possível, da ressurreição à quase morte.

No reino de Zé Coral não se vive de faz de conta. Se ganha e se perde. Mas sempre e para sempre se  cobrará dignidade, verdade e paixão pelo que se faz. O reino está novamente abalado, com tanta vergonha que até um Zé Matuto faz ele se sentir por baixo. Mas esta não é a Terra do Nunca, e sim o Reino do Para

Sempre. Podemos ser humilhados pelo Trizé, apontados pelo Zé Museu e gozados pelos Sem Zé, mas em terra de nome santo, 100 anos não são 100 dias, história não é poeira, amor não é ilusão.

E Zé Coral continuará, sem medo de ser feliz, ali, num reino bem perto, apesar de tudo, Dr. Zé...

* Magali Gama é torcedora do Santa Cruz

* O texto não reflete, necessariamente, a opinião do Blog do Torcedor

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