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Santa Cruz aproveita erros do Náutico e vence o primeiro clássico na temporada

Karoline Albuquerque
Karoline Albuquerque
Publicado em 23/03/2014 às 17:53

Foto: Guga Matos/JC Imagem Foto: Guga Matos/JC Imagem

Nem o mais otimista torcedor do Santa Cruz esperaria um placar tão elástico. Mas foi. O tricampeão pernambucano aproveitou os erros - que não foram poucos - do Náutico e venceu o velho rival por 5x3 na Arena Pernambuco, tomando para si a vice-liderança do hexagonal do título do Campeonato Pernambucano, com 14 pontos. O timbu também tem 14 mas perde no saldo de gols. Foi a primeira vitória coral em clássicos nesta temporada, que deixa a equipe mais confiante para encarar o Sport, quarta-feira (26), em jogo direto pelo primeiro lugar na competição.

A vitória também marca o com retrospecto do time do Arruda no equipamento construído para a Copa do Mundo. Em seu segundo jogo na arena, o tricolor conquista a segunda vitória e sempre marcando gols. Na semana passada vencera o Porto por 4x0.

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Desde os primeiros minutos os dois times mostraram flagrantemente o momento de cada um. Enquanto o Náutico passa por um momento de mais estabilidade, brigando pela liderança com o Sport, o Santa Cruz completamente perdido, facilmente anulado e, até certo ponto, desligado dos jogos. Essa condição estava clara tão cedo que materializou-se no gol timbu, aos três minutos.

Prestem bem a atenção: Marcos Vinícius foi acionado no lado direito. Como a bola fugiu um pouco ao seu domínio ele dividiu com Oziel. A bola subiu e enquanto o tricolor olhava, o alvirrubro se deslocava para tentar alcançá-la antes da linha de fundo encerrar o espaço de jogo. Ele alcançou e cruzou de primeira - a única opção a fazer. Everton Sena, ao invés de projetar-se em direção ao jogador para, ao menos desviar para escanteio, virou-se, amplicando o ângulo.

A bola ainda bateu nele, passou por Sandro Manoel e encontrou Hugo livre. O atacante do Náutico ficou tão surpreso que tocou meio sem jeito, mas o suficiente para ela entrar fraquinha, no gol de Tiago Cardoso. Nem o gol deu a injeção de ânimo que o Santa precisava. Agora é preciso entrar também na questão tática do jogo. Com um quinteto no meio de campo, o Náutico anulou bem o setor criativo. Nem mesmo o recuo constante de Caça Rato ajudou a melhorar.

A jogada tricolor, quando acontecia, era na base da bola longa, com Leo Gamalho tentando escorar para alguém que aparecesse de trás. Mas só deu certo na bola parada. Luciano Sorriso cruzou na área e Elicarlos afastou. Na meia-lua, Renan Fonseca aproveitou o rebote e a bola foi no canto esquerdo de Alessandro. Comemoração? Bastante discreta.

Foi discreta mas serviu para o Náutico colocar as barbas de molho e afrouxar a pressão no meio. Luciano Sorriso ganhou um pouco mais de liberdade e, se não mudou da água para o vinho, ao menos os corais tiraram o adversário de seu campo. Dois minutos depois do gol, Marcos Vinícius teve uma chance pela esquerda mas Tiago Cardoso tirou de ponta de dedo.

Fazendo justiça ao Santa, a partida ficou mais equilibrada. O Náutico sentia muito a falta de Pedro Carmona. Embora em campo, o camisa 10 apresentava pouca mobilidade e só aparecia na hora de bater escanteios. O empate já era justo quando uma sequência de erros individuais dos donos da casa decretou a virada. Dono da jogada, William Alves cortou para o lado em que estava Leo Gamalho e, claro, perdeu a bola. O centroavante cruzou e Izaldo tentou afastar e acertou o travessão. No rebote, Carlos Alberto cabeceou torto para o lado em que estava Izaldo. O lateral foi repetir a dose - mandar por cima da meta - mas exigiu demais da sorte. A bola foi para suas próprias redes, aos 33.

Desta vez não houve discrição. Os tricolores comemoraram com vontade. Até porque, pela primeira vez na temporada, lideravam o placar num clássico.

O baque psicológico foi para o lado vermelho e branco. Carmona sem mobilidade e Marcos Vinícius ausente como está se transformando sua característica. Sem válvulas de escape de um lado, os tricolores passaram a tocar a bola até acontecer alguma coisa. E ela aconteceu, novamente, sob o manto do erro. Aos 24, Zeca lançou Caça Rato na esquerda e ele cruzou de primeira. A bola passou por três defensores do Náutico antes de encontrar Leo Gamalho. Sem qualquer trabalho ele só precisou encostar o pé direito na bola para ampliar a vantagem. Falando em erro... Foi uma jogada bem parecida, na construção do ataque e na cochilada da defesa, com o gol marcado por Hugo lá no começo da partida.

A comemoração foi ainda mais efusiva e a atitude do time visitante mudou nos três minutos finais: carrinhos e divididas substituíram a apatia inicial.

Os dois times voltaram com uma alteração cada para o segundo tempo. Lisca tirou Izaldo para acionar Zé Mário. Ao mesmo tempo, tirou de campo um jogador emocionalmente abalado - e com a torcida contra - e aumentou o poder de fogo pelo lado esquerdo. No Santa, Raul deu lugar a Natan. Saiu um atleta facilmente anulável para entrar outro que tem a característica de muita mobilidade, embora seja uma incógnita pelos recorrentes problemas musculares.

Assim como na etapa anterior, o segundo tempo também teve gol antes dos dez minutos. E foi do Santa. Lembram daquela bola longa que o time tentava no primeiro tempo e não conseguia? Desta vez deu certo e o mais curioso é que, desta vez, o desvio foi de Carlos Alberto, bem mais baixo que seu marcador, Flávio. Leo Gamalho chegou antes de William Alves e percebeu a saída de Alessandro. Tocou com categoria, encobrindo o goleiro e ampliando a vantagem para goleada: 4x1.

Uma vantagem tão grande para um segundo tempo quase todo deixou os tricolores à vontade de uma maneira ainda não vista no Pernambucano. O Náutico, temeroso que algo desse mais errado do que já estava, preferiu não se atirar ao ataque. Porém, o que se viu foi um rombo no lado esquerdo da defesa alvirrubra. Oziel e Carlos Alberto sempre conseguiam concluir as jogadas daquele lado. Para se ter uma ideia do tamanho do vazio alvirrubro daquele lado, temos o quinto gol do Santa para ilustrar.

Aos 23, Carlos Alberto recebeu cobrança de lateral e deu um drible de corpo em Flávio, passou por Elicarlos e chutou rasteiro, canto direito de Alessandro. Mais um belo gol que pode marcar a remissão dos pecados de Carlos Alberto, um dos maiores alvos da torcida até a semana passada. Possívelmente, ninguém vai aparecer agora pedindo as chuteiras dele...

O panorama de um time com medo de errar porque havia errado bastante e outro mais do que satisfeito com o resultado resultou num jogo mais morno durante os 15 minutos finais. O Santa só iria na boa e o Náutico preocupava-se em transformar a goleada numa tragédia. Essa acomodação rendeu dois gols ao Náutico, aos 41 e 42, marcados por Elicarlos e William Alves, respectivamente. Mas foi pouco para mudar a história.

Ficha do jogo:

Náutico: Alessandro; Jackson, William Alves, Flávio e Izaldo (Zé Mário); Elicarlos, Dê, Yuri Naves, Marcos Vinícius (João Ananias) e Pedro Carmona (Geovane); Hugo. Técnico: Lisca.

Santa Cruz: Tiago Cardoso; Oziel, Everton Sena, Renan Fonseca e Zeca; Sandro Manoel, Luciano Sorriso (Memo), Raul (Natan) e Carlos Alberto (Adílson); Caça-Rato e Leo Gamalho. Técnico: Vica.

Local: Arena PE. Árbitro: Gilberto Castro Júnior. Assistentes: Charles Rosas e Diego Lima. Gols: Hugo, aos três; Renan Fonseca, aos 23; Izaldo (contra), aos 33; e Leo Gamalho, aos 42 do primeiro tempo. Leo Gamalho, aos seis; Carlos Alberto aos 24; e Elicarlos, aos 41; e William Alves, aos 42 do segundo tempo. Cartões amarelos: Jackson, Pedro Carmona, Carlos Alberto e Raul. Público: 15.683. Renda R$ 371.805.

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