RioMar discute ações para uma vida sustentável

Anneliese Pires
Anneliese Pires
Publicado em 28/03/2018 às 9:23
professor Clemente Coelho, a futurista Lala Deheinzelin e o ator Marcos Palmeira. Fotos: Dayvison Nunes / JC Imagem
professor Clemente Coelho, a futurista Lala Deheinzelin e o ator Marcos Palmeira. Fotos: Dayvison Nunes / JC Imagem

Muitos gestores ainda têm dúvidas sobre a necessidade de implementar práticas sustentáveis em suas empresas. Alguns pensam que não é tão imprescindível, enquanto outros argumentam que pode dar muito trabalho. Pessoas físicas, sonham com um mundo com menos desgaste das nossas riquezas naturais, mas não sabem como nem por onde começar. De fato, um mundo sustentável requer  esforço e, sobretudo uma mudança de mentalidade. Foi para debater essas questões que o RioMar Recife, realizou, nesta terça-feira o evento Conexão Sustentável no teatro do mall.

Marcos Palmeira

Ancorado em um manifesto escrito pelos gestores do centro de compras que questiona "O que você pode fazer pelo amanhã, hoje?", o evento trouxe às discussões o professor e cientista Clemente Coelho Júnior, o ator e empresário do agronegócio sustentável, Marcos Palmeira e a especialista em economia criativa Lala Deheinzelin. Para Denielly Hallinsky, gerente de Marketing do RioMar, a prática da sustentabilidade precisa ir além do mundo corporativo. "Queremos que as pessoas gerem esse tipo de atitude nas suas casas e nos seus ambientes de trabalho. Então, o evento é uma reflexão para todos".Todo o valor arrecadado com a venda dos ingressos foi revertido para a Escola Mangue.

O professor Clemente Coelho Jr começou chamando a atenção do público para um dos nossos mais ricos ecossistemas, que tanto inspiraram os versos de poetas como João cabral de Melo Neto e a música de Chico Science: os manguezais. Uma dado chamou atenção: o manguezal é o ecossistema que mais aprisiona carbono . "Ou seja, para combater o aquecimento global temos que preservá-lo", alertou o cientista. Porém, estudos recentes realizados pela UFRPE, apontaram que, no Verão, a carga orgânica que é lançada nos mangues é três vezes maios do que a vazão do Rio Capibaribe.

Muita gente que á está acostumada a ver ele na televisão, fazendo principalmente novelas, não imaginaria que o ator Marcos Palmeira tornou-se  também produtor rural depois que ele mesmo criou o empreendimento de sucesso Vale das Palmeiras,uma fazenda que fica em Teresópolis, região serrana do Estado do Rio de Janeiro. Ele é produtor de alimentos orgânicos, sem uso de agrotóxicos. Um sonho antigo do ator, que passou a infância entre criações de gado e plantações de cacau da família, na Bahia. Hoje, a propriedade, que tem 10 hectares e também 80 cabeças de gado cuidados com homeopatia, produz queijos, iogurte, verduras, legumes e frutas. O ator usa a sua própria imagem para promover o negócio. O rosto de Marcos Palmeira estampa a embalagem de vários produtos. "É claro que gera um certo desgaste, minha imagem estampada lá nos produtos. Mas trabalho no que acredito, com parceiros e vários produtores e é uma coisa que me dá energia e me mobiliza. Encaro a cultura orgânica como um trabalho de medicina. O grande objetivo do ator/produtor rural é desenvolver cada vez mais o mercado de orgânicos, criando na sociedade uma consciência de que esses produtos são sinônimo de vida sustentável e saudável", declarou.

A economia criativa e o  compartilhamento de ideias, projetos e locais de trabalho foi o mote da palestra de Lala Deheinzelin.  Tudo isso associado a novas tecnologias, para que as empresas ampliem suas redes de negócios e incorporem habilidades e competências. Esse movimento é pesquisado por Lala, pioneira em economia criativa e colaborativa como estratégia de desenvolvimento. Segundo ela as novas economisas exigem uma dinâmica diferente de trabalho e de perfil de empreendedor. E para crescer nos novos modelos de negócios, os empreendedores precisam exercitar a colaboração e o compartilhamento. Lala acredita que o mundo não atravessa uma crise, mas uma transição de modelo, a maior, segundo ela, já experimentada pela humanidade. " Nossos problemas são de ordem exponencial, mas nossa capacidade de resolvê-los é linear e lenta. Portanto, a chave para a sustentabilidade é trazer para o cotidiano o que é exponencial", explicou Lala. Para fazer isso, é preciso recorrer às novas economias, modelos que usam o intangível como matéria-prima, ou seja, valores que não estão no mundo material (Economia Criativa); que usam a tecnologia para otimizar infraestruturas disponíveis (Economia Compartilhada); que recorrem a modelos de gestão distribuída (Economia Colaborativa); e através de recursos culturais, ambientais e sociais (Economia Multivalor). "A chave para tudo isso está  em conhecer nossos recursos e convergir no que for possível. Sustentável é passar da lógica do possuir para a lógica do usar", acrescentou.

 

 

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