Os ases deram as cartas no Recife

Mirella Martins
Mirella Martins
Publicado em 12/10/2017 às 17:45
Foto: Divulgação/ Luiz Fabiano
Foto: Divulgação/ Luiz Fabiano

Por Eduardo Sena 

Juntos, no palco, “a moça", "o rapaz maduro calejado pela idade" e "o menino impetuoso e viril". São com esses os predicados que Gal Costa, Gilberto Gil e Nando Reis são apresentados na canção “Trinca de Ases” que, com todos eles no vocal, abriu o show protagonizado pelo trio de colossos da MPB na noite da última quarta-feira (11), no Armazem Catorze.

E se a ideia dessa reunião acena para um cenário sisudo, ledo engano. O clima na casa era descontraído, lembrava uma festa de um mix de gerações cujo o ponto alto era o show. De cima do palco, igualmente à vontade, a trinca também queriam se divertir. Acompanhados apenas por dois músicos, além de Gil e Nando com seus instrumentos de corda, mostraram porque são ases. Só precisam estar ali para a música acontecer, sem pirotecnias. O show todo, com a produção, deve caber numa van. O cenário, por exemplo, se resumia a três pipas.

Foto: Divulgação/ Luiz Fabiano

Com canções inéditas aqui e ali, o repertório era inteligente, do tipo "hits novelas", mas trazia arranjos novos, um artista cantando música do outro - Gal sempre lia as que nunca havia cantado.

A baiana, aliás, foi dona dos pontos mais altos do show. Quando cantou "Baby", já rolou mãozinha pra cima e vozes a pleno vaporr. Em homenagem a Luiz Melodia, lembrou os tempos de "Fa-tal" com "Pérola Negra".

Mas foi ao cantar "Nada Mais", aquela do "dessa vez doeeeu demais" que se ouviu o coro mais uníssono da noite. Foi comoção como há muito não se via em um show de MPB. No bis, o público já entregue cantou junto “O segundo sol", seguido de “Barato total” — tudo a ver com o estado de espírito de quem já se preparava para terminar de curtir a festa de alma lavada.

Foto: Divulgação/ Luiz Fabiano

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