Louis Vuitton inaugura loja no Recife: "Esse espaço vai viver", diz Alexandre Frota, diretor da marca

Mirella Martins
Mirella Martins
Publicado em 09/08/2017 às 15:58
Foto: Dayvison Nunes / JC Imagem
Foto: Dayvison Nunes / JC Imagem

A inauguração oficial da pop up da Louis Vuitton no RioMar está marcada para esta quinta-feira (10), mas desde hoje a loja temporária está aberta ao público, com gente visitando, entrando e comprando produtos (quatro pessoas adquiriram "coisas" durante o tempo em que essa entrevista foi feita!). Antes de falar nos acessórios, vale a pena parar e admirar a decoração do espaço; lindo, moderno e com referência às cores e naturezas do Brasil, com peças dos irmãos Campana, incluindo duas cadeiras - uma em forma de ovo e outra em foto de rosa - que estão em um espaço inspirado em uma floresta.

Foto: Dayvison Nunes / JC Imagem

Alexandre Frota, diretor da marca para a América do Sul, fez questão de prestigiar a operação Recife, primeira pop up do Brasil. A segunda será em Goiânia e inaugura na próxima semana. Por aqui, o representante da marca mostrou detalhes da loja e adiantou: os produtos exclusivos vão chegar aqui na mesma época, ou até mesmo antes que em outras unidades espalhadas pelo mundo. O Social1 bateu um papo com ele sobre a marca, as apostas no Nordeste e muito mais. Confira:

O Brasil continua o segundo maior mercado da LV na América Latina, atrás somente do México? Caiu alguma posição com essa crise brasileira?

A Louis Vuitton é uma marca que tem liderança global e uma das características da marca é que ela pensa muito a longo prazo. Ela nunca pensa a curto prazo. Isso faz com que, em momentos de crise, isso não comprometa investimentos da marca. O que a gente  traz para o Recife nesse momento, um dos mais conturbados da economia do Brasil,  acaba fazendo com que a marca consiga, enquanto todo mundo está num modo cauteloso, continue bastante ativa. Isso acaba tendo uma resposta  grande por parte dos nossos consumidores e historicamente tem nos ajudado a passar por momentos difíceis absorvendo menos impacto. Paradoxalmente a tudo que a gente tem vivido nos últimos anos, enquanto País, a Vuitton teve uma performance muito boa.

 

Foto: Dayvison Nunes / JC Imagem

A LV é sinônimo de luxo. A grife não pode perder a aura de vender produtos exclusivos, que tenham o poder de atrair os clientes ricos, e ainda ser peça de desejo da classe média emergente. Como conciliar?

A marca é uma marca de luxo voltada para esse segmento. Porém, nós temos um entendimento de que as pessoas evoluem na sua jornada da vida e o que acontece é que, evidente que esse movimento de classe média emergente acaba ampliando o número de pessoas que tem condições de consumir a marca. As condições de pagamento que implementamos no Brasil, em até 10 vezes, acaba ampliando o acesso à marca.  Aqui para o Recife, já percebemos que é um público bastante exigente, muito conectado com tudo de melhor que está acontecendo no mundo. É um público que quer interação com os produtos da marca. Dentro da curadoria de produtos que fizemos para trazer para cá, acabamos valorizando os produtos com exclusividade. Então, aqui na loja do Recife, você vai encontrar uma série de produtos que não tem na loja de Curitiba ou na loja de Brasília, ou mesmo do Rio e São Paulo.

Qual a estratégia da marca para combater a falsificação?

Não é exclusivo da Louis Vuitton. Isso acontece com todo o mercado de luxo. É algo que infelizmente não temos mecanismos internos para tentar inibir esse movimento. Sinceramente, o consumidor prima pela qualidade, pela exclusividade, que é presente em todos os nossos produtos e isso é inimitável. Você não consegue ter o padrão de qualidade. É algo que ninguém deseja, mas é uma realidade. Os nossos clientes que nos conhecem e buscam a qualidade sabem que só na nossa loja vão encontrar os produtos.

Qual intenção da grife: aumentar mercado ou ampliar o faturamento?

A marca já tem uma posição de liderança, felizmente em todos os mercados onde ela está presente. É a principal locomotiva do luxo global.  Durante muito tempo, ela foi uma das primeiras a penetrar nos mercados mundiais. No Brasil não foi diferente. Somos a primeira marca de luxo a penetrar há 26 anos com investimento direto. Isso acaba trazendo como consequência natural o crescimento dos números da marca no mundo todo. Nós vemos esse crescimento como uma consequência. Fruto de uma inquietação constante e criativa. De uma marca que nunca se acomoda. Inclusive nosso estilista Nicolas Ghesquière é uma pessoa que está fazendo isso de uma forma brilhante. É uma pessoa que resgata valores históricos, adicionando toques de modernidade incrível. É isso: uma marca que está em evolução constante e isso sempre teve uma resposta do nosso público.

Foto: Dayvison Nunes / JC Imagem

Qual objetivo com essa pop up Recife? O que precisa para virar loja permanente. O mercado do NE é atrativo? 

A pop up de Recife é a primeira que a gente faz no Brasil. Mesmo no mundo, é uma iniciativa ainda bastante limitada. Dose de pioneirismo muito grande, sobretudo, com o conceito daqui, inspirado nos irmãos Campana. Um projeto que adapta totalmente o que é a Vuitton. A gente fez questão de trazer para cá um projeto que falasse com todo o público daqui.  Uma das motivações dessa iniciativa é que nós entendemos que o Brasil é um País gigante. Apesar de agregar parte da clientela do Nordeste e Norte nas unidades do Rio e São Paulo, é importante a proximidade física. O fato de estarmos fisicamente presente aqui vai nos deixar ainda mais próximos desses clientes e trazer para marca novos consumidores. A ampliação da marca sempre está no nosso radar, mas de forma cautelosa. Existem mercados a serem explorados, como o do Recife. Hoje ainda é prematuro dizer se vamos instalar uma unidade aqui, mas o que eu posso antecipar é que é um mercado que nós apostamos e acreditamos. Recife é um dos mercados do Brasil que, além da vocação para o segmento de luxo, tem um shopping comercial como o RioMar que reúne uma série de condições  propícias para a instalação de uma marca de luxo. Se isso acontecer no futuro, vai ser um movimento natural em função do que a cidade reúne para acolher uma marca como a nossa.

A Louis Vuitton respondem por mais de 25% do faturamento e por mais da metade do lucro LVMH. Algumas expectativas para outras marcas do grupo por aqui? Dior, Givenchy, Tag Heuer? 

O grupo é o maior de luxo no mundo. São mais de 70 marcas. Todas são independentes da Vuitton. Elas olham para o Brasil com carinho porém eu não saberia te antecipar planos delas para o curto prazo.

Duas grandes concorrentes - Prada e Gucci - já possuem lojas físicas aqui. Existe alguma estratégia específica para o mercado local por conta da solidificação dessas duas marcas no Recife?

Dentro desse modelo que estamos trazendo para Recife, nossa maior aposta foi conceito único e aproximação dos clientes, mais a curadoria dos produtos. Temos aqui uma seleção de produtos que mesmo no Rio e São Paulo não temos. Apostamos em cima dessa demanda por exclusividade. Esse investimento em peças únicas, acreditamos que isso vai ser sem dúvida alguma, um grande poder de atração, uma grande motivação para esses clientes.

Os produtos disponíveis na loja Recife seguirão os lançamentos mundiais?

Certamente. Essa curadoria que fizemos privilegiando essas peças exclusivas vai permear também a loja aqui. Mensalmente teremos produtos que vão chegar aqui, na mesma velocidade de algo que chega em Nova Iorque ou em Miami. Essa loja vai se beneficiar de toda essa dinâmica. Quando tomamos a decisão de fazer algo, fazemos por inteiro.

Um item que você considera indispensável? 

Essa é a pergunta mais difícil que você poderia me fazer.

Foto: Dayvison Nunes / JC Imagem

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Homem- Eu arriscaria dizer que temos duas peças: os shoes e uma mala nova para viagem.

Foto: Dayvison Nunes / JC Imagem

Mulher- Petite Malle, modelo coringa que funciona para várias ocasiões.

Expectativas

Nossa principal expectativa é o relacionamento com o nosso cliente. Antes de mais nada, isso aqui é um espaço de convivência. É uma espaço para ser agradável. Para que a nossa equipe possa conhecer melhor cliente do Nordeste. Proximidade, estreitamento e reforço com os clientes.

Esse espaço vai viver. Muito em breve, daqui a um mês, você vai ter um novo motivo para voltar aqui. Nós vamos trazer informação, cultura, arte e muito mais.

Confira a galeria:

Foto: Dayvison Nunes / JC Imagem - Foto: Dayvison Nunes / JC Imagem
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