"Colocam a mulher em um lugar que é muito difícil sair", afirma Taís Araújo em sua estreia no "Saia Justa"

Mirella Martins
Mirella Martins
Publicado em 09/03/2017 às 11:38
Foto: Reprodução
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Foi ao ar na noite dessa quarta-feira (8) o primeiro episódio da nova temporada de Saia Justa, do GNT. O programa, que agora conta com Pitty e Taís Araújo, discutiu temas como feminismo, aborto, preconceito e machismo. Já no início da atração, a atriz estreante falou do Dia Internacional da Mulher. "O mundo é muito injusto conosco. Olham para gente nos desqualificando, com um olhar muito cruel, colocam a mulher em um lugar que é muito difícil sair. Mas estamos aí para enfrentar uma batalha diária", disse Taís.

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Taís Araújo também comentou o fato de ser a primeira nega no programa. "Acho que já era hora de ter uma apresentadora negra. Mas não sou a voz das mulheres negras, sou uma voz negra. Não tenho capacidade de representar todas as mulheres desse país porque somos muitas”, diz. “O GNT é um canal que está caminhando a favor da gente. Tem a Karol Conka no comando do ‘Superbonita’. O trabalho tem que partir dos meios de comunicação, e já passou da hora dessa mudança", completou.

Além das duas estreantes, Astrid Fontenelle e Mônica Martelli. Bárbara Gancia continuam no Saia Justa. A ideia é que cada uma delas traga assuntos diferentes, baseados nas suas vivências. “Assim como cada uma delas, eu venho de uma realidade diferente. Uma pauta vai bater diferente em mim do que nelas, assim que bate na Pitty, que é nordestina, na Mônica que é do interior. Cada uma tem uma origem e uma história”, apontou Barbara Gancia, repórter de um dos quadros da atração

Aborto

O aborto foi explanado por Taís Araújo. Ela revelou que não tem problemas em expor o seu ponto de vista acerca de temas polêmicos. "Se sou a favor do aborto? Sou a favor da saúde da mulher. Não dá para as meninas e mulheres ficarem morrendo a torto e a direito. Aborto é um problema de saúde pública e educação. Não dá para ignorar que as pessoas o fazem. O grande problema é que alguns fingem que ele não existe e colocam a religião na frente e, enquanto isso, mulheres estão morrendo", afirmou.

"A partir do momento que você se posiciona sobre qualquer assunto, vai ter quem concorde e discorde. Na verdade, acho pobre quando concordam comigo o tempo todo. Gosto que me provoquem a reflexão, de entender o outro. E que me façam mudar de ideia", comentou Taís sobre as possíveis criticas na internet.

Racismo

Taís também comentou o ataque racista que sofreu em sua página no Facebook em 2015. A atriz buscou seus direitos (“Nunca tinha entrado em uma delegacia na vida”), e os criminosos foram presos, mas soltos em seguida. "Você tem direito a pensar o que quiser. Mas tem o dever de respeitar o outro. A internet é terra de ninguém. Falta muita coisa para o Brasil dar certo. Falta tratar a educação com seriedade, não temos saúde e temos vários políticos que são individualistas. Mas é aqui onde crio meus filhos e acredito que a população pode fazer a diferença", finalizou a atriz.

 

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