Como seduzir sem assediar no Carnaval

Mirella Martins
Mirella Martins
Publicado em 24/02/2017 às 10:18
Quando os dois querem, é paquera. Se um não quer, já passa a ser assédio. A palavra-chave é consentimento. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Quando os dois querem, é paquera. Se um não quer, já passa a ser assédio. A palavra-chave é consentimento. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Carnaval tem tudo a ver com paquera e a azaração rola solta durante os festejos de Momo. Há quem queira aproveitar e se relacionar com várias pessoas e também os que procuram um “amor de Carnaval”. Mas sempre fica o questionamento, como seduzir sem ultrapassar limites e acabar assediando alguém?

Assédio pode ser velado e disfarçado de um elogio, por exemplo, ou mais agressivo, como numa situação em que a vítima fica desconfortável e constrangida, seja pelo olhar ou provocação verbal. O abuso sexual já tem características mais corporais, frontais. Como o aperto do corpo, palavras vexatórias, até o estupro, que é o contato de cunho sexual não consentido. Desde 2009, a lei brasileira classifica como estupro ações como o beijo forçado, ainda tão comum durante Carnaval, por exemplo.

Confira diferenças entre paquera e assédio em algumas situações recorrentes no Carnaval:

Com o objetivo de não silenciar os assédios que infelizmente são comuns no Carnaval, as redes Mete a Colher e Meu Recife lançaram nas redes sociais a campanha #AconteceuNoCarnaval. A ideia é reunir neste site, relatos de mulheres que sofreram algum tipo de assédio ou agressões durante o Carnaval, no Recife e em Olinda. Para contar sua história, a vítima deverá informar alguns dados pessoais, indicar o local em que o fato ocorreu e relatar o caso. Ao final da campanha, todos os dados serão categorizados com o objetivo de exigir do poder público políticas para prevenir violência de gênero durante o Carnaval. A plataforma fica disponível até 5 de março deste ano. O grupo ainda vai distribuir duas mil pulseiras entre as mulheres com os dizeres “Moça, tô aqui pra te ajudar”. A ideia é que as pulseiras estimulem as mulheres a se ajudarem mutuamente quando presenciarem alguma cena de assédio.

Pensando nisso, a Prefeitura do Recife também lançou, em suas redes sociais, a segunda edição da campanha "Pequeno Manual Prático de Como Não Ser um Babaca no Carnaval". A propaganda repete a ideia do ano passado, onde as peças publicitárias contém dicas para evitar a prática de assédio sexual e violência de gênero durante os dias de folia.

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