Os 108 anos de Vassourinhas

Mirella Martins
Mirella Martins
Publicado em 15/01/2017 às 14:40
Música é quase hino do Carnaval pernambucano
Música é quase hino do Carnaval pernambucano

Carol Borges

Especial para o Social1

Não dá para falar em folia, festa, confete e serpentina sem pensar em Vassourinhas. O hino do Carnaval pernambucano permanece vivo por mais de um século e ainda levanta os foliões ao escutar seus primeiros acordes. Vassourinhas foi composto por Matias da Rocha e Joana Batista em 6 de janeiro de 1909. Na época, já era um frevo arrebatador e cheio de história.

A música foi feita para o Clube Carnavalesco Misto Vassourinhas e foi vendida para a agremiação por três mil réis em 18 de novembro de 1910, mas o nome só ficou realmente conhecido com a gravação da Orquestra Tabajara, em 1950, desde então, tornou-se a canção mais tocada nesta época  pelos pernambucanos.

A agremiação carnavalesca de 1889, fundada no bairro do Beberibe, marcou história com uma canção que originalmente possuía letra, assim como toda marchinha composta naquela época. “Se essa rua fosse minha eu mandava ladrilhar com pedrinhas de brilhantes para vassourinhas passar”, foi a primeira forma da canção, apesar de ter se eternizado como frevo de rua, um frevo unicamente instrumental, devido ao aumento do compasso melódico.

Apesar da recepção positiva, que incentivou várias orquestras a gravarem a canção, Vassourinhas foi fortemente criticada por músicos e críticos musicais da época por ser considerada muito fácil em termos de execução. Félix Lins de Albuquerque, o Felinho, ao lado da Orquestra Mocambo, foi uma figura importante para mudar esse conceito. Ele adicionou variações na música, introduziu solos de saxofone e elevou o virtuosismo. Um frevo que basicamente se estrutura em duas partes: A e B, depois das adições de Felinho, tornou-se A, B e C.

Novas variações de Vassourinhas aparecem todos os anos, sendo gravadas até com outras letras, como pela banda baiana Timbalada com o nome Alegria Original. O frevo composto por trompetes, trombones, saxofones, caixas, surdos e tubas eleva o ânimo do folião em relação aos outros frevos. De acordo com Nilsinho Amarante, diretor musical da Orquestra Experimental de Frevo da UFPE, Vassourinhas não pode faltar. “A maior diferença é que todos estão esperando a orquestra tocá-la, o público explode de emoção. Orquestra que se preza tem que tocar Vassourinhas para começar e terminar”, disse ele.  Já dizia o compositor Valdemar de Oliveira: O frevo não convida, ele arrasta!

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