Negra, da periferia e conhecida pelo sobrenome Silva. A judoca Rafaela Silva, 24 anos, tornou-se a primeira campeã brasileira mundial de judô, em casa, no tatame da Rio 2016.
A 8 km da sua casa, que fica na Cidade de Deus, uma das mais emblemáticas favelas do Rio de Janeiro, a atleta deu a primeira medalha de ouro ao Brasil, na categoria 57 kg, vencendo a mongol Sumiya Dorjsuren, considerada a número um do mundo do judô.
Semelhante ao Mundial Rio 2013, ela se jogou no tatame e logo foi comemorar a vitória com os amigos e os familiares, que assistiram e vibraram com a luta. Os demônios das Olimpíadas de 2012, em Londres, foram expurgados. Os comentários racistas foram respondidos com uma medalha no peito.
.@ElzaSoares #RafaelaResponde pic.twitter.com/ZOU6boz4qv
— VEJA (@VEJA) 9 de agosto de 2016
Vídeos: Rafaela Silva para a VEJA.
"Falaram que judô não era para mim, que lugar de macaco era na jaula e não na Olimpíada. Eu provei para todos que me criticavam que eu posso estar entre as melhores da minha categoria", lembrou a nova campeã.
Na favela, quando criança, era conhecida como uma menina encrenqueira, brigava com todos. À época, o seu esporte favorito era o futebol e treinava diariamente com os meninos em um terreno próximo à sua casa em Jacarepaguá. Para tirá-la da rua, a mãe, Zenilda Lopes, ao lado do pai, Luiz Carlos, optaram por inscrevê-la nas aulas de judô no Instituto Reação, de Flávio Canto. Lá, foi descoberta por Geraldo Bernardes, ex-técnico da seleção brasileira.
.@Rene_Silva_RJ#RafaelaRespondepic.twitter.com/K5Wao3wAoB
— VEJA (@VEJA) 9 de agosto de 2016
Fotos: Reprodução/Instagram