Orquestra Arruando em ação no Marco Zero. Foto: Tiago Silva/Divulgação
Por quatro meses consecutivos, até fevereiro passado, o Marco Zero foi tomado pelo frevo, todos os domingos, com shows gratuitos da Orquestra Arruando. O patrocínio acabou, mas o conjunto continua em busca de empresas que viabilizem o projeto que garante frevo toda semana no Recife Antigo e percebam a imensa falta que a maior manifestação cultural do Estado faz - para os pernambucanos e para os turistas que visitam o Recife.
Nesta quarta, em Brasília, um episódio surpreendeu Nilo Otaviano, diretor artístico da Arruando. Durante um show da Orquestra Marafreboi, no Clube do Choro, o Mestre Vivo do Frevo Edson Rodrigues, que fazia participação especial, fez questão de saudar Nilo de cima do palco e apresentá-lo para todo o público como "um cara do Recife que vem fazendo um trabalho importantíssimo para o frevo". Honrado com as palavras, o diretor diz que esse tipo de atitude reforça sua convicção de que vale a pena continuar matando um leão por dia para tentar retomar, de uma vez por todas, o projeto que leva apresentações semanais no Marco Zero ao longo do ano, independentemente do Carnaval.
Mês passado, aliás, a Orquestra Arruando custeou do próprio bolso um show completo - com mais de 20 músicos e passistas, no Recife Antigo. Foi pra captar imagens que darão origem a um documentário, assinado pela Círculo Filmes, sobre a grande injustiça que aqui se faz com o frevo, Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco.