Judia, Soraya Ravenle vive madre superiora em "As noviças rebeldes"

ROMERO RAFAEL
ROMERO RAFAEL
Publicado em 21/05/2015 às 8:00
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Soraya Ravenle é a irmã Gardênia/Foto: reprodução Soraya Ravenle é a irmã Gardênia/Foto: reprodução

A atriz carioca Soraya Ravenle está de malas prontas para apresentar no Recife o musical As noviças rebeldes, do qual é protagonista vivendo a madre superiora. Mais conhecida pela Ivete da novela Laços de família ou pela Eva, de I love Paraisópolis, Soraya é um dos grandes nomes do teatro musical brasileiro - já participou cerca de 20 produções e interpretou gente como Carmen Miranda e Dolores Duran. O gênero vive momento de expansão - tanto que a tal produção se desloca do eixo Rio-São Paulo para escoar aqui. Antes disso, nem a memória da atriz e cantora nem o Google apontam se ela já esteve em algum palco do Recife. Poderá ser a sua estreia. A gente bateu um papo com Soraya sobre a carreira e o espetáculo, que fará sessões no Teatro RioMar, sexta (22), às 21h, e sábado (23), às 18h e 21h, com texto de Dan Goggin e direção de Wolf Maya. No elenco estão Maurício Xavier, Sabrina Korgut, Helga Nemeczyk, Carol Puntel e Drica Mattos. Acompanhe:

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Essa já é a 3ª montagem de As noviças rebeldes no Brasil. A que se deve?

É uma comédia muito bem construída e boa de fazer. E acho que, apesar de americana, ela tem alma brasileira, carioca, poderia ter sido escrita pelo Flávio Marinho, Miguel Falabella... Isso faz com que haja identificação. Ela pega um convento, um lugar rígido e cheio de regras, como qualquer outra instituição, e desestrutura. Quando eu boto aquela roupa e conta aquela história absurda, no sense, não preciso fazer mais nada, já é uma grande piada.

Outra coisa é pegar aquelas mulheres, que são ligadas ao divino, a algo misterioso, e que a gente esquece que são humanas, com seus conflitos, suas generosidades, competições... Uma coisa que me bateu e é engraçado é o porquê desse papa [Francisco] fazer sucesso. Por que essa empatia toda? Porque ele se coloca como homem. Claro que não é uma relação horizontal, mas ele se coloca como pessoa, num linguajar do homem comum. Essa humanização dele gera esse fenômeno. Eu sou judia, mas adoro o papa. Abro o jornal e quero ler o que ele falou. Eu passei a admirar.

Mas estou falando de uma coisa absolutamente diferente. E é uma delícia. Acho que nunca fiz esse tipo de comédia. É quase um programa de auditório.

Cena do musical/Foto: Páprica Fotografia/Divulgação Cena do musical/Foto: Páprica Fotografia/Divulgação

É uma comédia mais popular, não é? Coincide com você estar numa novela das sete, que é mais leve, com humor, e que também tem um apelo popular. Já sabe o impacto disso para a sua carreira?

Olha, a televisão sempre é muito poderosa. Você nunca pode menosprezar o que ela alcança. A gente não sabe de nada. Tem lugares que a gente nem imagina e a pessoa está lá assistindo: no meio da estrada, no boteco, na sinuca... Wolf Maya [diretor da novela] falou que eu e a Bruninha [Bruna Marquezine] fazemos uma linha mais humana, enquanto Tatá [Werneck] e Alexandre [Borges] são mais histriônicos. É o contraponto; a gente se complementa assim.

Você atuou em cerca de 20 musicais. O que percebe ter mudado nessa linha do tempo?

Percebo uma evolução em todos os sentidos. Antes se contava nos dedos os atores que cantavam; agora, são audições com cinco mil pessoas que cantam bem e estão se preparando. As montagens daqui e de lá fora estão de igual para igual também. O caminho que está virgem é o autoral. Ainda se faz pouco.

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