"A Teoria de Tudo": o silencioso diálogo dos olhares

Mirella Martins
Mirella Martins
Publicado em 12/02/2015 às 16:43
Um relato sobre "A Teoria de tudo"
Um relato sobre "A Teoria de tudo"

Fotos: Divulgação Fotos: Divulgação

Faltando poucos dias para a cerimônia do 87º Academy Awards, popularmente conhecido como Oscar, o Social1 preparou um especial com críticas de alguns dos indicados. O escolhido desta quinta (12) é o filme A teoria de tudo, de James Marsh.

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A teoria de tudo – cinebiografia que revê a juventude do físico Stephen Hawking – dispensa diálogos. São as trocas de olhares que conduzem o filme de forma sutil, do encanto do primeiro encontro entre Stephen e sua primeira esposa, Jane, ao fardo da doença degenerativa que afeta o cientista. Baseado na obra Travelling to Infinity: My Life with Stephen (Viajando para o infinito: Minha vida com Stephen, em tradução livre), publicada por Jane Hawking em 2008, o longa dirigido por James Marsh chega a ser doloroso ao mostrar os primeiros traços do desenvolvimento da condição que o acorrentou a uma cadeira de rodas por toda a vida.

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Diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica (ELA) aos 21 anos, o então aluno de doutorado Stephen (Eddie Redmayne) recebeu a notícia de que teria apenas mais dois anos de vida. Apesar da tentativa inicial de isolamento, a insistência da namorada o convenceu a viver o tempo que lhe restava de forma plena, o que incluiu, além das inovações científicas de seus trabalhos, um casamento e filhos. O roteiro deixa Jane (Felicity Jones) em evidência como esposa e mãe de família dedicada, mas pouco explora as dificuldades e conflitos vividos por Hawking. Se, por um lado, essa escolha dá um tom menos piegas à película, por outro, o espectador nem sempre encontra respostas para quais foram as motivações do físico para continuar sua luta. São as cenas que o retratam como pai e marido que dão alicerce para a trama e presenteiam o espectador com um filme profundo. O amor de Jane pelo britânico é cortante. Da cadeira do cinema, é dilacerante perceber o peso e a anulação pessoal carregados por ela – que, no entanto, jamais se permite encarar sua escolha como um fardo.

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Eddie Redmayne, que já levou para casa duas estatuetas de Melhor Ator (Globo de Ouro e Bafta), encarna sua fonte de inspiração com excelência. Em um e-mail enviado para o diretor James Marsh sobre a atuação do protagonista, Stephen Hawking declarou que houve momentos em que achou que estava assistindo a ele mesmo. O ator perdeu quinze quilos e passou por quatro meses de treinamento com um professor de dança, para aprender a controlar os próprios movimentos.

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No Oscar 2015, A Teoria de Tudo é indicado em cinco categorias: Melhor Filme, Melhor Ator (Eddie Redmayne), Melhor Atriz (Felicity Jones), Melhor Roteiro Adaptado (Anthony McCarten) e Melhor Trilha Sonora (Jóhaan Jóhannsson).

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Curiosidades:

O roteirista Anthony McCarten disse que o momento em que a enfermeira de Stephen Hawking enxugou uma lágrima da bochecha do cientista foi, para ele, o ponto alto da exibição inicial do filme.

Eddie Redmayne organizou uma tabela com a evolução dos sintomas do cientista ao longo do tempo. Como o filme não foi rodado em ordem cronológica, seu maior desafio de interpretação foi reproduzir corretamente o grau de degradação do corpo de Hawking em cada época retratada na película.

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Veja o trailer:

https://www.youtube.com/watch?v=OgVdYzUW0yk

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