Inteligência artificial: como a tecnologia pode resolver os principais problemas do governo

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 24/05/2018 às 15:45
André Barrence, co-fundador do movimento Agora! e diretor do Google Campus (Divulgação)
André Barrence, co-fundador do movimento Agora! e diretor do Google Campus (Divulgação) FOTO: André Barrence, co-fundador do movimento Agora! e diretor do Google Campus (Divulgação)

Quase 50 milhões de brasileiros têm acesso à internet, é o que indica a pesquisa "Características gerais dos domicílios e dos moradores 2017", divulgada pelo IBGE no mês passado. Desses usuários, 70% se conectam através do celular. Apesar da grande oportunidade de investimento no setor por parte do gestor público, apenas 12,5% disseram já ter baixado algum aplicativo do governo.

"O número é muito pequeno dado todo o potencial que a gente tem", revela André Barrence, co-fundador do movimento Agora! e diretor do Google Campus em palestra para o Colab Gov Summit , evento gratuito e digital que acontece desde terça-feira (22) até hoje (24).

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Na ocasião, o especialista explicou que existem vários desafios na área quando o assunto é governo. O primeiro deles é o poder público começar a enxergar o cidadão como um consumidor de tecnologia. Por essa razão, o serviço oferecido pela entidade acaba não tendo a mesma qualidade que aplicativos usados no cotidiano do usuário como Waze, Whatsapp, entre outros.

Além desse desafio citado por André Barrence, não há uma visão integrada dos serviços públicos, sendo necessário acessá-los individualmente. "O cidadão é uma pessoa só que quer ter a capacidade de acessar todos os serviços públicos e ser reconhecido como cidadão único", explica.

É claro que unir diferentes serviços e setores públicos não é uma tarefa fácil, mas a tecnologia pode facilitar essa integração, aumentando a eficiência e reduzindo custos. "O governo é um ente enorme, a gente não tem dúvida disso. É bem desafiador fazer a gestão de uma organização tão fragmentada e que de alguma maneira precisa se integrar, se quiser prestar o melhor serviço", avalia o especialista.

Por meio da coleta, processamento e classificação de dados é possível mapear as diferentes áreas do setor público e criar uma base comum de diálogo, funcionando como um sistema único. Este tipo de tecnologia é chamada de APIs (Application Programming Interface - em tradução livre, Interface de Programação de Aplicações).

"Existe uma constante força centrífuga que atua sobre o poder público. O exercício é justamente a gente tentar fazer uma força em sentido contrário, agregando o máximo possível essas ações, pensando que o cidadão é um só e não uma coisa repartida como a gente normalmente se sente interagindo com diferentes áreas do governo", relata Barrence.

Além de entender os mecanismos existentes na estrutura pública, o cidadão hoje que participar ativamente das decisões. Neste sentido, o diretor do Google Campus relembra das jornadas de junho de 2013 e das discussões ocorridas no ambiente real e virtual. Esses dois ambientes em que diferentes grupos sociais permutam precisam ser escutados pelo poder público.

Mas como arrumar tempo para tal tarefa em meio a tantos processos administrativos? Novamente a tecnologia pode ajudar. Segundo o especialista, é preciso um serviço de inteligência que identifique as pautas que estão sendo reivindicadas, facilitando a hierarquização do que é prioridade. "Essa oportunidade é um dos principais pontos que uma agenda de tecnologia em governos têm que abranger, ou seja, conectar o cidadão ao gestor de uma maneira simples e eficiente para aumentar a confiança nessa relação", analisa.

Para conferir a palestra completa de André Barrence e aprender mais sobre tecnologia em governos, não deixe de acessar a plataforma do Colab Gov Summit. Se inscreva através do site https://summit.colab.re e conheça também outras inovações no mundo da política.