A cada cinco sites brasileiros de e-commerce, um não é seguro

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 17/04/2018 às 13:13
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Bru-nO/Pixabay FOTO: Bru-nO/Pixabay

Preços muito abaixo dos praticados no mercado, ausência de meios de contato e atendimento ao cliente e falta de certificados de segurança no navegador. Sites de vendas pela internet que praticam fraudes são mais comuns do que você imagina.

Um levantamento feito pela Serasa Experian, em parceria com consultoria BigData Corp, analisou 4,3 milhões de sites com final .br no mês de janeiro deste ano e levantou que 30% das páginas não estão seguras. Os sites se tornaram plataformas para que golpistas copiem as informações dos usuários, trocadas durante uma transação.

Dados pessoais roubados, como nome, endereço, CPF etc., podem ser coletados por terceiros para firmar negócios sob falsidade ideológica ou obter crédito sem a intenção de honrar os pagamentos. De acordo com o Indicador Serasa Experian de Tentativas de Fraude, o Brasil encerrou 2017 com 1,964 milhão de tentativas, representando alta de 8,2% em relação a 2016 e o maior resultado desde 2015.

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De acordo com o levantamento, só no primeiro bimestre do ano já foram registradas 305.480 tentativas, ou seja, a cada 17 segundos um criminoso tentou roubar dados para efetivar uma fraude. “Os consumidores devem ficar atentos para garantir que seus dados não estão à mercê de um possível roubo, verificando se o site possui certificado SSL. Itens como imagens em baixa resolução, links com redirecionamento para outras páginas e domínios diferentes do acessado também são sinal de que há possibilidade de fraude”, alerta Murilo Couto, gerente de certificação digital da Serasa Experian.

O certificado de segurança (SSL – Secure Socket Layer) promove uma conexão segura utilizando a criptografia entre o servidor e os dados trafegados. Esta ferramenta é importante principalmente em casos de websites que transacionam informações como dados pessoais e números de cartão de crédito, por exemplo. Na pesquisa, um em cada cinco sites (19%) não possuíam o certificado SSL, percentual que é ainda maior quando analisados sites somente sites corporativos (76%) e blogs (28%).

Outro alvo dos cibercriminosos são os dados de transações financeiras, como as informações do cartão de crédito. Só em novembro do ano passado 5 mil pessoas afirmaram já ter sofrido uma fraude e, deste total, a maioria (36%) afirmou que a fraude foi relacionada ao cartão de crédito.

O certificado SSL num site é verificável pela presença de um cadeado na barra de status, ou se há um “s” após o http (https). Em alguns casos, a barra de endereço do navegador fica verde. Atualmente alguns navegadores incluem para todos os sites a indicação de “Seguro” e “Não Seguro” também na barra de endereço. Normalmente também há um selo de segurança, atribuído pelo fornecedor do certificado, que pode ser encontrado no próprio site.

Dicas para evitar fraude online:

  • Ao ingressar em um site, verifique se possui certificado de segurança. Para isso, basta checar se o http do endereço vem acompanhado de um “s” no final (https). Há ainda certificados que ativam um destaque em verde na barra do navegador;
  • Não faça cadastros em sites que não sejam de confiança;
  • Tenha cuidado com sites que anunciam oferta de emprego ou produtos por preços muito inferiores ao mercado;
  • Não compartilhe dados pessoais nas redes sociais que podem ajudar os golpistas a se passarem por você;
  • Mantenha atualizado o antivírus do seu computador, diminuindo os riscos de ter seus dados pessoais roubados por arquivos espiões;
  • Evite realizar qualquer tipo de transação financeira utilizando computadores conectados em redes públicas de Internet;
  • Ao usar computadores compartilhados, verifique se fez o log off das suas contas (e-mail, internet banking etc.).
  • Utilize senhas fortes, que tenham também caracteres especiais. Não repita as mesmas senhas em diferentes plataformas de acesso.