Intensa chuva de meteoros será visível no Brasil

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 12/04/2018 às 10:44
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As "Líridas" são uma chuva de meteoros vindos da passagem do cometa C/1861 G1 Thatcher, que acontece anualmente entre 16 e 25 de abril. Este ano, os brasileiros - especialmente das regiões Norte e Nordeste - poderão ver o fenômeno acontecer com grande intensidade pela primeira vez no ano.

De acordo com o Observatório Nacional, um grande número de estrelas cadentes será visível no céu por instantes, "e o pico será antes do amanhecer no horizonte norte, perto da estrela brilhante Vega". Como são corpos celestes muito pequenos, os meteoros queimam  parcial ou totalmente devido ao atrito com a atmosfera terrestre e ao contato com o oxigênio, durante sua entrada. É a famosa "estrela cadente”.

“As chuvas de meteoros acontecem quando um grande número destes corpos entra na atmosfera terrestre ao mesmo tempo, causando uma sequência de estrelas cadentes que podem ser visualizadas a olho nu e que podem durar vários dias. O fenômeno acontece porque a Terra atravessa a órbita de algum cometa, ao longo da qual há infinidade de fragmentos do próprio cometa espalhados, e são esses fragmentos que se tornam meteoros", explica Fernando Roig, pesquisador do Observatório Nacional.

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O nome do fenômeno (Lyrideas) vem pelo fato de que o radiante da chuva –  a região do céu da qual a chuva parece estar vindo em direção à Terra – fica na constelação Lyra. "Cada chuva ocorre com periodicidade anual e existem diversas chuvas ao longo do ano vinculadas às órbitas de diferentes cometas conhecidos”, completa o pesquisador.

O fenômeno que veremos nos próximos dias é recorrente, e são conhecidas como “estrelas de abril”. Segundo os cientistas, o fluxo de entrada na atmosfera terrestre é de 10 a 20 meteoros por hora, quantidade que pode chegar até a 100 – as Líridas são uma das 10 chuvas mais intensas do ano.

“Não existe risco para a Terra porque a maioria dos fragmentos são muito pequenos e se esfarelam na atmosfera antes de atingir o solo. Excepcionalmente, pode ser que algum fragmento caia no solo, mas trata-se de corpos muito pequenos cuja probabilidade de oferecer risco às pessoas é praticamente nula”, encerra Roig.