Quer dar opinião no veículo voador da Embraer/Uber?

Maria Luiza
Maria Luiza
Publicado em 14/03/2018 às 11:07
Simulação do veículo aéreo da Embraer/Uber. Reprodução da Internet
Simulação do veículo aéreo da Embraer/Uber. Reprodução da Internet FOTO: Simulação do veículo aéreo da Embraer/Uber. Reprodução da Internet

A brasileira Embraer e o gigante do setor de transportes Uber apresentaram no festival South by Southwest (SXSW) as atualizações do projeto  que desenvolvem juntas para oferecer transporte a baixas altitudes, feito por veículos voadores elétricos, nos grandes centros urbanos. A Embraer anunciou inclusive que vai lançar um site, o embraerX, onde qualquer pessoa poderá dar pitaco no projeto. Dizer como acha que devia ser, o que deveria ter... Quem fez o anúncio foi CEO do Centro de Inovação da empresa, Antônio Campello, que participou do festival em Austin, no Texas.

Embraer e Uber estimam que em 2020 os primeiros testes poderão ser feitos. Mas a operação comercial vai demorar um pouco mais, talvez só em 2024. "É uma solução para o problema do transportes nas grandes metrópoles totalmetne nova, tem tudo a ver com experiência de usuário", explica Mark Moore, diretor de engenharia de aviação do Uber.

O raciocínio do Uber é lógico e disruptivo. Criar uma malha aérea de baixa altitude - com pontos de parada fixos e com  o monitoramento totalmente automatizado - é muito mais barato que investir em novas rodovias. E esqueça a imagem de helicópteros fazendo barulho e levantando poeira.

O veículo em desenvolvimento tem propulsão elétrica e é totalmente silencioso. E pelo menos por enquanto será tripulado por um piloto - possivelmente pilotos de helicópteros treinados para a operação. Tanto Uber quanto Embraer estimam que vai levar vários anos para que se possa pensar numa operação totalmente automática segura. Uma coisa curiosa. Durante a apresentação, a jornalista Kym McNicholas, que mediou a conversa, perguntou à plateia quem teria coragem de voar num veículo não tripulado. 80% das pessoas - havia uma 200 - levantaram a mão.

A capacidade do veículo será de quatro passageiros. E teria tarifa bem mais acessível que a das viagens de helicóptero. A ideia é que tenha pequena autonomia de voo, cerca de 60 milhas, o suficiente para cobrir as grandes metrópoles, onde haveria demanda para o serviço. Também teria que ser recarregado de forma rápida nos pontos de parada.  Essa malha aérea seria integrada com os demais serviços do Uber (como o UberX, UberPool, UberBlack e tantos outros).

Com controle em tempo real dos deslocamentos, do destino de cada passageiro e da automonia de cada veículo, essa operação tem como ser bastante automatizada. Por isso, além do desenvolvimento do veículo em si, toda uma área de software para o controle aéreo está sendo preparada. Há ainda temas como regulação, que muda de país para país, e controle do tráfego pelas autoridades locais, que também precisam ser equacionados.

Curioso é que, depois que Embraer e Uber anunciaram a parceria no ano passado, outras 22 empresas, segundo Moore, entraram nessa corrida aérea com veículos elétricos. Inclusive uma subsidiária da controladora do Google. Um dos fundadores do Google, Larry Page, é hoje um dos que lidera esses esforços. Mas entrou atrasado, segundo Moore. Ele disse que há oito anos falou sobre o tema com Page, mas a ideia não avançou. Já Campello disse considerar ótima a competição. "É bom que mais gente esteja pesquisando. Mas nós temos tradição no transporte seguro de passageiros", disse, confiante.

Nenhuma foto ou detalhe do produto foi passado. Nem sequer o número de pessoas que está trabalhando no projeto. Mas o filme abaixo dá uma ideia de como seria a operação desse sistema: