Escada rolante: 125 anos em atividade

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 17/01/2018 às 14:23
Mecanismo de uma escada rolante de 1903. (thyssenkrupp/Divulgação)
Mecanismo de uma escada rolante de 1903. (thyssenkrupp/Divulgação) FOTO: Mecanismo de uma escada rolante de 1903. (thyssenkrupp/Divulgação)

Existem certas invenções que afeta bastante nosso dia a dia, mas pouco pensamos nela. Uma delas acabou de completar 125 anos: entrava operação em 16 de janeiro de 1893 em Nova York, a primeira escada rolante.

Até então, escadas eram - imagine só - estáticas. Até que o engenheiro norte-americano Jesse W. Reno (não confundir com seu pai, o general da União na Guerra Civil Americana, Jesse L. Reno) teve como desafio criar o primeiro metrô de dois andares, em Nova York. Para ligar os dois pavimentos da estação Old Iron Pier, em Coney Island, ele desenvolveu o "elevador inclinado".

A escada rolante foi patenteada em 1892, mas o primeiro equipamento foi instalado só no ano seguinte 1893, e ficou em operação por duas semanas, antes de ser deslocada para a Ponte do Brooklyn. Durante este período, estima-se que tenha transportado cerca de 75 mil passageiros.

No Brasil, o equipamento começou a ser produzido em 1947 e é no Metrô de São Paulo que está em operação a maior escada rolante do Brasil. Para vencer 12 metros de altura e cruzar dois níveis da estação República, na interligação da linha 4 – Amarela com a Linha 3 – Vermelha do Metrô, a escada rolante da thyssenkrupp conta com quase 32 metros de comprimento.

Escada da Estação Pinheiros, em São Paulo (thyssenkrupp/Divulgação)

Por dentro da escada rolante

Assim como os elevadores, as escadas rolantes estão cada vez mais presentes no dia das pessoas que muitas vezes não nos damos conta de como é o seu funcionamento. Apesar de engenhoso, o mecanismo de funcionamento da escada rolante é simples. O equipamento é formado por uma corrente composta pela união de degraus que se movem em movimento contínuo e circular, como um carrossel.

Acionados por uma máquina de tração, os degraus percorrem o caminho que vai do início ao fim da escada, e depois se curvam, fazendo todo o caminho inverso por baixo da escada.

Linha de montagem manual de escada rolante, em 1965 (thyssenkrupp/Divulgação)

Segundo o engenheiro Joel Coelho, Gerente do ITS – International Technical Services da área de negócios Elevator Technology da thyssenkrupp para o Brasil e América Latina e especialista em escadas rolantes, a segurança é um item prioritário tanto para quem fabrica como para quem usa o equipamento. “Devido ao movimento contínuo da escada, diferente do elevador, o usuário deve obedecer às recomendações de uso seguro da escada rolante”.

O projeto de uma escada rolante, ainda segundo o especialista, deve atender à norma da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. Atualmente, Coelho coordena um Comitê de Estudos para atualizar a norma brasileira, ampliando os critérios de acordo com os requisitos das normas internacionais.

Cuidados

No dia a dia, alguns cuidados básicos são importantes, segundo o especialista. Por exemplo, segurar no corrimão ao ingressar na escada rolante ajuda a manter o equilíbrio, além de dar segurança em caso de parada brusca do equipamento. Coelho explica também que o uso da escada rolante segue alguns critérios de segurança. “Crianças menores de 10 anos devem estar acompanhadas por um adulto e os idosos e as pessoas com mobilidade reduzida, inclusive os cadeirantes e as pessoas que transportam carrinhos de bebê, não devem usar escadas rolantes e sim o elevador”.

Ecada Rolante do Ocean Aquário, em Shanghai, na China. (thyssenkrupp/Divulgação)

Outro alerta do especialista é com relação a uma situação muito comum: andar na escada rolante para chegar mais rápido. “Para os apressados fica a dica: caminhar na escada rolante não ajuda o passageiro a chegar mais rápido, como muitas pessoas acreditam. Além do risco de acidente devido a maior altura entre degraus, um estudo realizado no Metrô de Londres, na estação Holborn, concluiu que a ação não poupa o tempo dos usuários e ainda contribui para o atraso dos demais passageiros. Ou seja, se todos ficarem parados, chegarão ao seu destino mais rápido”, enfatiza Coelho.

Com informações cedidas pela thyssenkrupp Brasil