YouTube elimina mais de 150.000 vídeos de crianças por comentários pedófilos

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 01/12/2017 às 9:03
Foto: StockSnap/Pixabay
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O site americano YouTube eliminou mais de 150.000 vídeos infantis acompanhados por comentários em tom inapropriado, em alguns casos com teor pedófilo, numa tentativa de tranquilizar seus anunciantes.

Tudo começou com um artigo publicado na sexta-feira passada no jornal britânico The Times, que afirmava que os anúncios das grandes marcas (Adidas, Amazon e Mars e, particular) apareciam no YouTube junto com vídeos de crianças e adolescentes, na maioria das vezes publicados inocentemente mas que provocaram comentários pedófilos por parte dos usuários.

Segundo outros veículos, vários anunciantes decidiram deixar de anunciar no YouTube por este motivo. A empresa de informática americana HP confirmou à AFP que "pediu imediatamente à Google que suspenda qualquer publicidade no YouTube".  Consultado pela AFP, o YouTube disse que "eliminou várias centenas de contas e mais de 150.000 vídeos" que tinham problemas.

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A plataforma propriedade da Google, cuja publicidade digital representa o forte das receitas, também proibiu a publicidade em "mais de 2 milhões de vídeos e 50.0000 canais que se identificavam como conteúdo familiar, mas não eram". A empresa bloqueou ainda os "comentários em 625.000 vídeos".

"Temos políticas claras contra os vídeos e os comentários no YouTube que sexualizam ou exploram as crianças e as aplicamos de maneira drástica cada vez que somos alertados sobre esse conteúdo", disse um porta-voz do YouTube. YouTube garante ter "reforçado recentemente (seu) enfoque sobre os vídeos e os comentários relacionados com crianças que, embora não fossem ilegais, continuam sendo preocupantes".

Diante da pergunta de se a plataforma sofre com o boicote de alguns anunciantes, o porta-voz respondeu que "nenhuma publicidade deveria ser difundida sobre este conteúdo. Estamos trabalhando para remediar esta situação o quanto antes", acrescentou.

Essa é a segunda vez este ano que o YouTube enfrenta este tipo de polêmica. Um artigo publicado no começo do ano no Times afirmava que os anúncios apareciam perto de conteúdos antissemita, incitando o ódio ou fazendo apologia do terrorismo. A Google se comprometeu a garantir que as publicidades de seus anunciantes não ficassem perto de conteúdos polêmicos.