Mulheres pré-históricas eram mais fortes que campeãs de remo atuais

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 30/11/2017 às 14:16
Ilustração: CSIC
Ilustração: CSIC FOTO: Ilustração: CSIC

As mulheres pré-históricas tinham os braços mais fortes que as atuais campeãs de remo graças a sua participação ativa na agricultura, que incluía semear e moer grãos manualmente, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira (29) na revista Science Advances.

Cientistas da Universidade de Cambridge analisaram o úmero e a tíbia de 45 mulheres que jogam futebol, correm ou remam, e de um grupo de mulheres sedentárias. Depois, compararam os resultados com os ossos das mulheres que viveram no Neolítico.

"Analisando os ossos das mulheres em um contexto específico, podemos entender o quão intensas, variáveis e difíceis eram suas atividades", indica a autora principal do estudo, Alison Macintosh, da Universidade de Cambridge.

Os pesquisadores de Cambrigde escanearam durante três semanas os braços e as pernas da equipe de remo feminino da universidade, que treina 21 horas e percorre em média 120 quilômetros por semana. O úmero das mulheres da pré-história era 30% mais forte que o das estudantes de Cambridge.

"Antes da invenção do arado, o cultivo dos campos implicava plantar, semear e colher manualmente", diz Macintosh. "As mulheres provavelmente também iam buscar comida e água para o gado, processavam o leite e a carne e trabalhavam a pele e a lã em tecidos", acrescenta.

Outra atividade importante à que se dedicavam era transformar o trigo em farinha, usando duas pedras de grandes dimensões. "Nossas descobertas sugerem que durante milhares de anos, o rigoroso trabalho manual que as mulheres faziam foi crucial para as primeiras economias baseadas na agricultura", aponta Jay Stock, cientista da Universidade de Cambridge que também participou do estudo.