Encarregado britânico em cibersegurança acusa Rússia de ataques informáticos

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 16/11/2017 às 14:18
Foto: AFP
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A Rússia lançou ciberataques contra veículos de imprensa britânicos, empresas de telecomunicações e de energia no ano passado, denunciou nesta semana o chefe da agência de segurança informática britânica, em meio a acusações de que Moscou teria interferido no referendo sobre o Brexit.

"A Rússia tenta socavar o sistema internacional. É simples assim", disse Ciaran Martin, chefe do Centro Nacional de Cibersegurança (NCSC), em conferência em Londres à qual assistiram profissionais de tecnologia, segundo seu gabinete. "A ingerência russa, vista pelo NCSC no transcurso do ano, inclui ataques aos meios de imprensa britânicos, a companhias de telecomunicações e de energia", acrescentou.

O NCSC coordenou a resposta do governo a 590 incidentes significativos desde que foi lançado, em 2016, mas a agência não detalhou quais estavam vinculados à Rússia. Na segunda-feira, a primeira-ministra britânica, Theresa May, acusou Moscou de tentar "transformar a informação em uma arma" com a finalidade de "semear a discórdia no Ocidente e prejudicar nossas instituições".

Segundo May, a Rússia mobiliza "seus meios de comunicação, chefiados pelo Estado, para difundir falsas informações e imagens manipuladas". Moscou considerou estas acusações "irresponsáveis e sem fundamento" e as atribuiu à necessidade do governo britânico de desviar a atenção do público dos problemas domésticos.

Londres iniciou uma investigação sobre as acusações de que Moscou teria tentado influenciar, no ano passado, o referendo sobre se a Grã-Bretanha deveria ou não permanecer na União Europeia. Nesta quarta, May disse aos parlamentares que o Comitê de Inteligência e Segurança do Parlamento investigaria a ingerência russa.

Enquanto isso, o Comitê de Cultura, Mídia e Esportes do Parlamento solicitou informações de Twitter e Facebook sobre as contas vinculadas à Rússia e espera ouvir os encarregados destas plataformas na embaixada britânica em Washington no início de 2018.