Rússia apresenta imagem de videogame como prova da ajuda dos EUA ao EI

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 15/11/2017 às 8:03
Russian Defence Ministry
Russian Defence Ministry FOTO: Russian Defence Ministry

O Exército russo publicou imagens que apresentou como provas "irrefutáveis" de que os Estados Unidos ajudam o grupo Estado Islâmico (EI) no Oriente Médio, mas ativistas e usuários das redes sociais assinalaram que incluíram uma captura de tela de um videogame.

O Ministério russo da Defesa publicou em suas contas oficiais de Twitter e Facebook, assim como em um comunicado que a AFP recebeu, várias imagens aéreas em preto e branco feitas na fronteira entre Síria e Iraque em 9 de novembro, segundo o organismo.

Estas supõem "a confirmação irrefutável de que os Estados Unidos, enquanto fingem para a comunidade internacional uma luta implacável contra o terrorismo, garantem proteção a unidades do Estado Islâmico", afirma o ministério em seu comunicado. Mas a ONG Conflict Intelligence Team (CIT), seguida por vários internautas, vinculou uma dessas imagens ao jogo de videogame "AC-130 Gunship Simulator: Special Ops Squadron".

Segundo a CIT, outras imagens procedem de vídeos divulgados pelo ministro iraquiano do Interior em 2016 e nelas são vistos bombardeios aéreos dos extremistas. O ministério apagou depois as imagens de suas contas no Twitter e no Facebook, assinalou que houve um "erro" e publicou um novo pacote de fotos que chamou de "prova irrefutável" da ajuda dos Estados Unidos ao EI.

"O Ministério da Defesa está investigando um funcionário civil do departamento que anexou as fotos ao comunicado do ministério por erro", segundo um novo comunicado citado por agências russas.

A embaixada americana em Moscou reagiu no Twitter dizendo que os "Estados Unidos não dedicarão tempo às reivindicações sem sentido do Ministério russo da Defesa". "Temos que nos concentrar em destruir o nosso inimigo comum e não brincarmos", acrescentou.

O Exército russo, que intervém na Síria em apoio ao governo de Bashar al-Assad, acusou Washington de "fazer como se" combatesse os extremistas com o objetivo de "complicar" o avanço das tropas do governo, algo que o Pentágono nega.