Descoberta em El Salvador sepultura de 2.500 anos

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 03/09/2017 às 11:09
AFP PHOTO / MARVIN RECINOS
AFP PHOTO / MARVIN RECINOS FOTO: AFP PHOTO / MARVIN RECINOS

Arqueólogos descobriram os corpos de dois indivíduos de cerca de 2.500 anos de antiguidade, enterrados junto com vasos de cerâmica, em um município do leste de El Salvador.

"De acordo com a oferendas de cerâmica encontradas, a sepultura pertence ao período Pré-clássico Médio (1200 a.C a 400 a.C)", declarou à AFP a arqueóloga Michelle Toledo, da Secretaria de Cultura.

A menos de um metro da superfície, "os indivíduos se encontravam um sobre o outro, o primeiro deles em posição decúbito lateral direito flexionado, e o segundo em posição decúbito dorsal flexionado, este último com a característica de que sobre seu crânio se encontrava uma tigela", relatou Toledo.

Arqueóloga Michelle Toledo, do departamento de arqueologia de San Salvador. AFP PHOTO / MARVIN RECINOS

A descoberta foi feita após um estudo da arqueóloga realizado em um terreno próximo a um sítio arqueológico no povoado de Quelepa, no leste de El Salvador, onde se pretende desenvolver uma urbanização.

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As oferendas encontradas em volta das ossamentas, segundo Toledo, se explicam porque "a passagem para o inframundo era uma situação complicada", devido a que os nativos supunham que enfrentariam sofrimentos no além, e seus familiares colocavam provisões para eles.

Entre o material associado à sepultura foram encontradas outras quatro tigelas, dois vasos e uma mão de pedra que corresponderiam à antiga fase Uapala (500 a 400 a.C.), similares a outras descritas por estudos realizados pelo arqueólogo americano Edward Wyllys Andrews no sítio arqueológico de Quelepa no final da década de 1970.

Quelepa é um sítio pré-colombiano no leste de El Salvador, onde ocorreu uma mistura de população da Mesoamérica com civilizações que chegaram do sul. As ossamentas foram trasladadas de Quelepa até um laboratório do Museu Nacional, em San Salvador, onde os pesquisadores limparão o material, que passará a fazer parte da coleção nacional de arqueologia.