SÃO PAULO* - "Vocês têm que usar isso, pois ainda estamos em construção", avisa, entregando um capacete de obras, o promotor do evento do Facebook, realizado na manhã desta segunda-feira, num prédio na Avenida Paulista, no coração de São Paulo. No espaço, marcações no chão mostram onde ficarão espaços de coworking e mesas e cadeiras, dispostas de forma a lembrar uma sala de aula. "m0vefast" (mova-se rápido, em inglês) é a senha da internet wi-fi.
Essas foram as primeiras pistas do anúncio que seria feito a seguir pela rede social: a criação de um centro de inovação que abrigará iniciativas como cursos gratuitos de programação, workshops de empreendedorismo e planejamento de carreiras e até aceleração para startups nacionais. A Estação Hack é um projeto pioneiro do Facebook no mundo, e vai começar pelo Brasil, com inauguração prevista até o final do ano.
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"Queremos ajudar a formar o jovem brasileiro para algumas das profissões do futuro, dentro de um ambiente de estímulo à inovação", explica o vice-presidente do Facebook e Instagram para a América Latina, Diego Dzodan. "Acreditamos muito no brasileiro e no potencial do Brasil, por isso estamos fazendo esse investimento aqui", completa o executivo.
O espaço, que fica na Av. Paulista, 1.374, tem mil metros quadrados de área, com três salas de aula (com até 40 lugares cada), separadas por paredes móveis - que poderão ser abertas de maneira a formar um salão para grandes eventos. Além disso, a Estação Hack possuirá 52 estações de trabalho para as startups selecionadas para aceleração, um lounge e uma sala de reunião.
As iniciativas, porém, não ficarão restritas a São Paulo. "Já capacitamos mais de 200 mil empreendedores em projetos semelhantes, mas móveis, em todo Brasil. Essa ação deve continuar e os mesmos cursos que serão oferecidos aqui continuarão sendo feitos em outros Estados. A diferença é que São Paulo tem um espaço físico para concentrar essas iniciativas, um hub", explica o diretor de Relações Governamentais e Políticas Públicas do Facebook Brasil, Bruno Magrani.
BOLSAS, CURSOS E WORKSHOPS
A expectativa do Facebook é beneficiar mais de 7,4 mil jovens brasileiros por ano, com bolsas nas áreas de programação, planejamento de carreira e gestão de empresas. Para os cursos e workshops, a rede social contará com parceiros como a Mastertech, MadCode, Reprograma, JuniorAchievment e o Centro de Empreendedorismo e Negócios da FGV (FGVcenn).
Uma das futuras salas de aula da Estação Hack de São Paulo. Foto: Renato Mota/MundoBit
Serão 2,2 mil bolsas em cursos de Tecnologia, como de introdução à programação e desenvolvimento de aplicativos para adolescentes e programação profissional para jovens adultos. Outras 1,4 mil bolsas serão voltadas para o workshop de planejamento de carreiras nas áreas de Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática.
No segmento de empreendedorismo, 1,2 mil bolsas farão parte do workshop de administração de empresas e crescimento para empreendedores, enquanto outras 2 mil serão voltadas para marketing digital para pequenos negócios. Em Inovação, serão distribuídas 600 bolsas para o Acampamento de Inovação para Adolescentes. A ideia é usar ferramentas práticas para ajudar os jovens a criar soluções utilizando abordagens colaborativas e design thinking.
Já o programa de aceleração será conduzido em parceria com a Artemísia, uma organização sem fins lucrativos voltada para o fomento de negócios. O objetivo é que as dez iniciativas aceleradas escolhidas a cada semestre tenham um alto potencial de impacto social. O escritório ainda abrigará sessões de programas de empreendedorismo e marketing digital do próprio Facebook.
Tanto a seleção para as startups como para as bolsas ainda não foi definida - mais novidades devem vir até dezembro, com a inauguração do Espaço Hack. "Não queremos fazer isso sozinhos. Esse tempo nos permitirá conhecer melhor as comunidades de empreendedorismo e inovação e elaborar melhor os critérios de seleção e investimento", conta Magrani.
