Fibra óptica conecta pesquisadores do Sertão à rede acadêmica nacional

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 30/06/2017 às 15:45
Ministro da Educação Mendonça Filho, no lançamento do programa Nordeste Conectado, no Porto Digital, no Recife. Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
Ministro da Educação Mendonça Filho, no lançamento do programa Nordeste Conectado, no Porto Digital, no Recife. Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem FOTO: Ministro da Educação Mendonça Filho, no lançamento do programa Nordeste Conectado, no Porto Digital, no Recife. Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem

Uma rede de fibra óptica, que irá conectar capitais do Nordeste à cidades do interior com instituições de pesquisa federais numa velocidade de até 100 Gbps, possibilitará não somente uma melhor infraestrutura para pesquisadores da região, mas também atingindo mais de 12,6 mil escolas públicas pelo caminho, beneficiando mais de 16,3 milhões de pessoas.

O programa Nordeste Conectado, realizado em cooperação pelo Ministério da Educação (MEC), Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e  Ministério de Minas e Energia - por meio da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf) foi lançado nesta sexta-feira, numa cerimônia realizada no Porto Digital, no Bairro do Recife.

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Ao todo, serão investidos R$ 25 milhões até o fim do ano, para conectar 39 campi de instituições federais - alguns deles terão, pela primeira vez, acesso à internet de alta velocidade de qualidade. “É um passo muito importante, que avança de forma célere para que a gente possa ter consagrada a oportunidade de ampliação e melhoria da educação e da pesquisa na nossa região”, afirmou o ministro da Educação, Mendonça Filho.

39 campi de instituições federais - alguns deles pela primeira vez - terão acesso à internet de alta velocidade de qualidade. Foto: RNP/Divulgação

Uma das metas do MEC com o programa é reduzir, até 2020, o custo anual da RNP em R$ 7,6 milhões pela substituição de conexões atualmente alugadas por essa infraestrutura compartilhada de alto desempenho. Além disso, o programa tem o objetivo de ampliar parcerias com os provedores privados locais e regionais de internet, que estenderão a capilaridade atual das fibras óticas.

"O avanço da rede óptica pelo estado está integrado ao nosso projeto de Rede Pernambucana de Pesquisa e Educação e tem grande sinergia com a Estratégia de Ciência, Tecnologia e Inovação para Pernambuco, visando possibilitar as alianças pelo conhecimento e acelerar a inovação", avalia a secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado, Lúcia Melo.

NO SERTÃO

Em Pernambuco, uma das etapas do Nordeste Conectado liga o backbone da RNP no Recife à Rede Metropolitana do Vale do São Francisco (Redevasf), em Petrolina e Juazeiro (BA). "Levar internet de boa capacidade para o interior é sempre um desafio. Em Petrolina, já conseguíamos atender com uma conexão de 1 Gbps, mas o programa Nordeste Conectado aumentará isso em cem vezes", explica o diretor de Operações e Engenharia da RNP, Eduardo Grizendi.

Embrapa Semiárido será uma das instituições beneficiadas. Foto: Egberto Araújo/Flickr

A região concentra diversas instituições ligadas a Rede Nacional, como o Instituto Federal do Sertão Pernambucano, a Universidade Federal do Vale do São Francisco e a unidade do Semiárido da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). "Um Acordo de Cooperação Técnica firmado com a Chesf em setembro nos permitiu compartilhar a infraestrutura ótica em toda região, tendo como suporte as linhas de transmissão da Companhia", conta o diretor da RNP.

Com o "upgrade" na conexão, a RNP espera que os pesquisadores nas regiões mais remotas do Nordeste possam ter as mesmas condições de trabalho dos seus colegas dos grandes centros urbanos. "Muitas vezes os pesquisadores se furtam de trabalhar no Sertão não pela falta de competência acadêmica das instituições, mas pela falta de infraestrutura. Com melhores condições eles poderão se sentir mais motivados e contribuir com mais qualidade para estudos que beneficiam a própria região", completa Grizendi.