J.K. Rowling, uma escritora mágica que encantou o mundo

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 26/06/2017 às 9:07
AFP / Adrian DENNIS
AFP / Adrian DENNIS FOTO: AFP / Adrian DENNIS

Rosie Scammell (AFP)

Criadora de um império mágico que deslumbrou o mundo, J.K. Rowling sobreviveu às adversidades para se tornar uma escritora infanto-juvenil de fama mundial. Certa vez, Rowling contou a uma multidão de formandos da Universidade de Harvard o fracasso em "escala épica" que foi a sua vida durante um período.

"Um casamento excepcionalmente rápido havia acabado, estava desempregada, era mãe solteira, e tão pobre como é possível ser no Reino Unido, embora sem faltar uma casa", disse durante o discurso em junho de 2008.

Vinte anos depois do lançamento de "Harry Potter e a Pedra Filosofal", que inspirou uma geração de jovens leitores - e seus pais -, é difícil imaginar Rowling antes de sua célebre carreira literária.

Mas a sua longa dedicação às causas beneficentes é um eco dos dias difíceis desta autora que se formou em Francês e Línguas Clássicas pela Universidade de Exeter e acabou precisando de ajudas sociais do Estado enquanto os editores rejeitavam o seu manuscrito.

Os livros de Harry Potter foram traduzidos para 79 idiomas e transformados em oito filmes. Além disso, a peça de teatro "Harry Potter e a Criança Amaldiçoada" estreará em Nova York no ano que vem. Rowling tem uma fortuna estimada em 650 milhões de libras, segundo a lista dos mais ricos do Sunday Times.

A autora britânica J. K. Rowling. AFP / Justin TALLIS

Tal riqueza era inimaginável no início dos anos 1990, quando trabalhou como professora de Inglês na cidade portuguesa do Porto. Passava o seu tempo livre escrevendo rascunhos da história sobre magia, mas em 1993 se separou de seu marido e deixou o país com a filha de quatro meses.

Rowling continuou trabalhando em Harry Potter em Edimburgo, sentada em uma velha cadeira de carvalho em sua casa social, ou em um café, o The Elephant House, que hoje é visitado por milhares de fãs.  O sucesso da autora e de sua história são tão grandes que a antiga cadeira foi vendida por 394.000 dólares em um leilão em Nova York em 2016.

"Imaginar melhor"

Depois de escrever livros desde os seis anos - sua primeira história foi sobre um coelho - Rowling, hoje aos 51 anos, não mostra sinais de cansaço.

Coescreveu a peça de teatro com o diretor John Tiffany, que mostra o jovem bruxo como pai de três filhos, e a sua estreia como roteirista aconteceu em 2016 com "Animais Fantásticos e Onde Habitam", uma adaptação de seu livro de 2001 sobre as criaturas mágicas.

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Rowling continua sendo uma figura pública majoritariamente venerada no Reino Unido, embora também existam os que a detestam por sua oposição à independência da Escócia e ao Brexit.

Em 2012 participou da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Londres com a leitura de um trecho de "Peter Pan", de J.M. Barrie. No mesmo ano foi condecorada pela rainha Elizabeth II. Rowling também é defensora das causas sociais. "Não precisamos de magia para mudar o mundo, já temos dentro de nós todo o poder que precisamos, o poder de imaginar melhor", disse em 2008.