Sonda espacial Juno leva Nasa a 'repensar' Júpiter

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 26/05/2017 às 13:13
A Oval BA - uma enorme tempestade conhecida como a Pequena Mancha Vermelha.  AFP PHOTO / NASA/JPL-CALTECH/SWRI/MSSS / Handout
A Oval BA - uma enorme tempestade conhecida como a Pequena Mancha Vermelha. AFP PHOTO / NASA/JPL-CALTECH/SWRI/MSSS / Handout FOTO: A Oval BA - uma enorme tempestade conhecida como a Pequena Mancha Vermelha. AFP PHOTO / NASA/JPL-CALTECH/SWRI/MSSS / Handout

Uma nave espacial não tripulada da Nasa em órbita ao redor de Júpiter detectou enormes furacões nos polos, revelando surpreendentes detalhes sobre o maior planeta do Sistema Solar. Um comunicado da Nasa descreveu o planeta como "um mundo complexo, gigantesco e turbulento" que é muito diferente do que pensavam os cientistas.

Dois artigos na revista Science e 44 na Geophysical Research Letters descrevem um tesouro de descobrimentos desde que Juno começou a orbitar Júpiter em julho do ano passado.

"Sabíamos que Júpiter nos faria algumas surpresas", disse Scott Bolton, pesquisador principal de Juno do Southwest Research Institute em San Antonio, Texas. "Há tantas coisas acontecendo que não esperávamos ter que dar um passo atrás e repensar Júpiter como algo completamente novo".

Observando-se os polos do planeta, foi verificado que eles estão cobertos com dezenas de tempestades densamente agrupadas, possivelmente deixando cair granizo ou neve. As imagens dos polos, nunca antes vistAs, "mostram as massas brilhantes de forma oval que são significativamente diferentes do que se podia observar nos polos de Saturno", detalhou um dos estudos da revista Science.

Óvalos no polo de Júpiter. AFP PHOTO / NASA/JPL-CALTECH/SWRI/MSSS/BETSY ASHER HALL/GERVASIO ROBLES

Esses óvalos são enormes tempestades, algumas das quais medem até 1.400 quilômetros de diâmetro. Agora são necessários mais estudos para entender melhor a natureza das tempestades de Júpiter, e por que o planeta atua dessa maneira.

A sonda Juno foi lançada em 2011 e fez sua primeira volta em Júpiter em 27 de agosto de 2016. A missão está programada para terminar em fevereiro de 2018, quando se autodestruirá ao mergulhar na atmosfera do planeta.

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O projeto, com um investimento de 1,1 bilhão de dólares, tem como objetivo observar por baixo das nuvens de Júpiter pela primeira vez para saber mais sobre a atmosfera do planeta e quanta água contém.

Em 11 de julho "voaremos diretamente sobre um dos locais mais emblemáticos de todo o Sistema Solar: a Grande Mancha Vermelha de Júpiter", anunciou Bolton. "Se alguém vai chegar ao fundo do que está acontecendo por baixo dessas gigantescas nuvens carmesim, é Juno e seus penetrantes instrumentos científicos".

© Agence France-Presse