Computador derrota jovem gênio chinês em partida de Go

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 23/05/2017 às 17:52
Ke Jie, de 19 anos, reage durante a primeira partida contra o programa de inteligência artificial AlphaGo, em Wuzhen, na província de Zhejiang, no leste da China. Foto: AFP
Ke Jie, de 19 anos, reage durante a primeira partida contra o programa de inteligência artificial AlphaGo, em Wuzhen, na província de Zhejiang, no leste da China. Foto: AFP FOTO: Ke Jie, de 19 anos, reage durante a primeira partida contra o programa de inteligência artificial AlphaGo, em Wuzhen, na província de Zhejiang, no leste da China. Foto: AFP

O supercomputador do Google voltou a superar um ser humano ao derrotar nesta terça-feira o pequeno gênio chinês do Go, antigo jogo asiático de estratégia.

O computador AlphaGo ganhou a primeira de três partidas contra o número um do mundo Ke Jie, de 19 anos, que havia se gabado - cedo demais - que poderia vencer uma "máquina sem alma".

AlphaGo, criado pela DeepMind Technologies, filial da Google especializada em inteligência artificial com sede em Londres, causou sensação no ano passado ao vencer em quatro partidas o sul-coreano Lee Se-Dol. Foi a primeira vez que um software venceu um grande jogador de Go.

A vitória de AlphaGo foi comemorada como um novo passo tecnológico para os computadores, agora capazes de conduzir carros e ainda ajudar a humanidade a resolver problemas científicos, técnicos ou médicos. AlphaGo também é equipado com algoritmos que permitem que aprenda com as suas experiências.

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Ke Jie, que se descreve como "pretensioso", aceitou este desafio, mesmo após ter sofrido um revés no início deste ano, quando foi derrotado em um jogo on-line por um adversário misterioso... que, segundo soube-se depois, era o próprio AlphaGo.

Em 1997, o campeão mundial de xadrez Garry Kasparov foi derrotado pelo computador Deep Blue da IBM. Mas o desafio parecia mais difícil para uma máquina no caso do Go, jogo muito mais complexo cujo tabuleiro (19 x 19 linhas) oferece inúmeras configurações - mais do que o número de átomos no universo -, e seu desenvolvimento obedece a conceitos estratégicos que vão além do simples cálculo matemático.  Assim, intuição e criatividade são necessárias para vencer este jogo em um nível muito alto.