Suécia arquiva investigação por estupro contra fundador do WikiLeaks

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 19/05/2017 às 8:45
Julian Assange, fundador do Wikileaks. AFP PHOTO / Leon NEAL
Julian Assange, fundador do Wikileaks. AFP PHOTO / Leon NEAL FOTO: Julian Assange, fundador do Wikileaks. AFP PHOTO / Leon NEAL

A Promotoria da Suécia anunciou nesta sexta-feira o arquivamento da investigação por estupro contra o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, o que encerra uma saga judicial iniciada em 2010.

"A promotora Marianne Ny decidiu arquivar a investigação por suposto estupro contra Julian Assange", informa o Ministério Público em um comunicado. O MP deve conceder uma entrevista coletiva ainda nesta sexta-feira para explicar a decisão.

O desenlace é uma vitória para o ex-hacker australiano, que sempre negou as acusações apresentadas contra ele por uma sueca em agosto de 2010. Assange está refugiado desde junho de 2012 na embaixada dos Equador em Londres, onde buscou ajuda para escapar de uma extradição à Suécia depois de esgotar todos os recursos judiciais no Reino Unido.

Embaixada do Equador em Londres, onde Julian Assange reside há quase cinco anos para evitar a prisão. AFP PHOTO / Justin TALLIS

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O australiano sempre denunciou uma manobra para ser extraditado posteriormente aos Estados Unidos, onde poderia ser julgado pela divulgação de documentos militares e diplomáticos americanos de caráter confidencial. Em novembro do ano passado, após uma série de complicações no processo, Assange finalmente foi interrogado na embaixada de Londres por um promotor equatoriano na presença de magistrados suecos.

Ele reiterou na ocasião que era inocente e que as relações sexuais com a denunciante em Estocolmo foram consensuais. O MP sueco tinha até esta sexta-feira para prorrogar ou não o pedido de prisão em um tribunal de Estocolmo.

"Chocada"

A denunciante sueca que acusa Julian Assange de estupro, considera um "escândalo" o arquivamento do processo e, "chocada", mantém as acusações, afirmou a advogada Elisabeth Fritz.

"É um escândalo que um suposto estuprador possa escapar da justiça e evitar assim os tribunais (...) Minha clienta está chocada e nenhuma decisão de arquivar o caso pode mudar o fato de que Assange a violentou", escreveu a advogada em um e-mail enviado à AFP.

© Agence France-Presse