'Chavista attack', o videogame que levou um venezuelano à prisão

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 19/05/2017 às 9:15
Chavista Attack, na Google Play
Chavista Attack, na Google Play FOTO: Chavista Attack, na Google Play

'Chavista attack', um videogame que consiste em matar partidários do governo venezuelano, custou a liberdade de seu suposto criador, detido por aparentemente incitar ao ódio.

Leonardo Quintero foi preso no domingo passado pelo serviço de Inteligência (Sebin) em Ciudad Bolívar, revelou na noite de quarta-feira o deputado e líder oficialista Diosdado Cabello. Segundo o dirigente, Quintero é o criador do jogo e teria sido financiado, segundo disse, por um amigo de Julio Borges, presidente do Parlamento.

"Chavista attack" pode ser baixado por um aplicativo e consiste em assassinar militantes do governo nas ruas de Caracas para evitar que tomem o controle do Legislativo. Os alvos são homens com camisas vermelhas e do partido do governo que se deslocam em motocicletas. "Oh, meu comandante, me pegaram!", lê-se na tela a cada vez que são atingidos por tiros.

"Liberta sua frustração política e acaba com todos os chavistas armados que tentam tomar o controle da Assembleia", diz a sinopse do jogo, que promete "novos cenários, armas e personagens reconhecidos da política venezuelana" para drenar a inconformidade.

A questão política é um tema muito sensível na Venezuela, onde o presidente Nicolás Maduro enfrenta uma onda de protestos desde 1º de abril, que já deixa 43 mortos e centenas de feridos e detidos, para exigir eleições gerais.

© Agence France-Presse