Cientistas descobrem pegadas de réptil pré-histórico desconhecido

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 23/04/2017 às 7:35
Rotodactylus (Port del Cantó, section VI).
Rotodactylus (Port del Cantó, section VI). FOTO: Rotodactylus (Port del Cantó, section VI).

Um grupo de pesquisadores espanhóis descobriu nas montanhas dos Pirineus (norte do país) pegadas de uma antiga espécie de réptil até agora desconhecida, que viveu entre 247 e 248 milhões de anos atrás.

Em um artigo publicado nesta semana na revista científica Plos One, os pesquisadores do Instituto Catalão de Paleontologia (IPC) e da Universidade Autônoma de Barcelona batizam esta nova espécie de 'Prorotodactylus mesaxonichnus', apontam em um comunicado.

Seu rastro foi encontrado junto com um amplo conjunto de pegadas de répteis ancestrais dos dinossauros e dos crocodilos, um grupo conhecido como Archosauromorpha. A maior parte destas pegadas pertenciam a animais de apenas meio metro de comprimento, apesar de que alguns exemplares atingiam três metros, explica o comunicado.

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Entre estes rastros se destaca o do misterioso 'Prorotodactylus mesaxonichnus', uma espécie desconhecida até agora de meio metro de comprimento e aspecto de crocodilo, embora com as patas mais longas e uma postura mais erguida.

"Usavam as quatro patas para andar e com frequência deixavam marcas com a cauda. (...) Algumas pegadas evidenciam uma possível locomoção bípede em momentos pontuais para ir mais rápido", explica o pesquisador do ICP Josep Fortuny no comunicado.

Esta espécie viveu em um tempo conturbado para a vida na Terra, logo depois da extinção do final do período Pérmico, a maior da história terrestre, que causou o desaparecimento de cerca de 90% das espécies.

Os pesquisadores suspeitam que nesta Terra devastada, na qual os continentes ainda estavam agrupados em um supercontinente chamado Pangeia, os Archosauromorpha dominaram os rios dos antigos Pirineus e tiveram um papel "chave durante a recuperação dos ecossistemas após a extinção em massa do final do Pérmico".

© Agence France-Presse