[CCXP Recife 2017] - Não só se ver: mulheres artistas querem se representar

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 16/04/2017 às 18:56
Lais Marques e Luna
Lais Marques e Luna FOTO: Lais Marques e Luna

Por Karol Albuquerque

Apesar de sub-representadas em todos os campos da cultura pop, as mulheres vieram em peso aos quatro dias da Comic Con Experience Recife. E, se ser mulher já exige provações diárias, ser uma mulher nerd demanda muito mais. Não basta conhecer, tem que comprovar ao ser questionada. Minoria na artist alley, as quadrinistas e ilustradoras comemoraram o espaço e a atenção recebida do público.

A mineira Gio Guimarães trabalha no meio desde o fim da década de 1990. "A recepção é interessante em eventos em todo lugar. É a primeira vez que venho ao Nordeste, e o pessoal é bem caloroso, quer tirar foto, autografo. Mas é engraçado que sempre perguntam 'cadê o artista?' Sou eu! E aí pedem autógrafo", relata.

O clichê permanece. As mulheres são desestimuladas na área. Luna, fazendo artes ao vivo durante a CCXP, contou como foi para ela chegar no mercado. "Eu escutava muito, quando era criança, que quadrinho era coisa de moleque, não era coisa de menina. Tem que haver diversidade entre os artistas e nos quadrinhos", relembrou.

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Todas as artistas concordam: estar daquele lado da bancada incentiva meninas que visitaram o local. "A gente precisa muito de mulheres, porque é um mercado ainda complicado, tem muito machismo. Estamos cansadas de homens representando mulheres com peitões e bundas que não existem. Vamos nos representar!", chama a pernambucana Lais Marques.

Gabriela Valente aproveitou para comprar não só ilustrações de mulheres, mas também feitas por mulheres. Ela destaca a importância de uma fortalecer a outra. "A gente vê muito mais homem do que mulher no ramo. E quando a gente compra, estamos incentivando o trabalho delas", explicou. Como acompanha eventos voltados ao universo, Gabriela cita também o bom espaço oferecido às artistas mulheres na CCXP.