[CCXP Recife 2017] - O lado "arretado" dos quadrinhos

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 14/04/2017 às 20:42
Foto: Renato Mota
Foto: Renato Mota FOTO: Foto: Renato Mota

Por Karol Albuquerque

A identidade cultural nordestina é forte. Sabemos disso, nossa megalomania não nos deixa esquecer e por isso não precisamos ser sempre relembramos. Mas, para alguém da terra fazer quadrinhos, será que precisa sempre enfatizar isso? Para Shiko, um dos artistas presentes no painel Quadrinhos com sabor nordestino, no auditório Ultra da CCXP, na tarde desta sexta-feira (14), não necessariamente.

O paraibano de Patos relembrou uma história para explicar sua visão. Há alguns anos, ele foi para um evento de graffiti em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, e encontrou artistas de todo o país e de fora. Quando decidiu pintar uma gueixa, foi interpelado: por que não fazer um cangaçeiro?

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Para responder, Shiko destacou que saiu de Patos, interior paraibano, onde havia pouca informação sobre a arte, naquela época. "Eu chego e ainda tenho que ficar em um cercadinho? É bom dizer que é nordestino, mas não tenho que dizer todo dia, toda hora", enfatizou, sob aplausos.

Junto a Ed Benes e Thony Silas no painel, os quadrinistas também falaram sobre crowdfunding para financiar o trabalho na região. Apesar dos bons olhos, ressaltaram o cuidado necessário. Thony citou a demanda maior que a oferta e Ed avaliou a necessidade de dar importância a quem colabora com os projetos.

"É preciso de tempo de maturação para o público saber do que se trata. Pelo menos seis meses apresentando o produto é ter repercussão boa", aconselhou Thony.