[Review] - Tom Clancy's Ghost Recon Wildlands

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 10/04/2017 às 15:08
Tom Clancy's Ghost Recon Wildlands
Tom Clancy's Ghost Recon Wildlands FOTO: Tom Clancy's Ghost Recon Wildlands

A Ubisoft é um dos maiores estúdios desenvolvedores de games do mundo - e também dona de alguma das melhores franquias do mercado. Nomes de peso como Assassin's CreedFar Cry, Splinter Cell, Watch Dogs e Rainbow Six, só para citar alguns. Aí, algum iluminado(a) lá dentro falou: "que tal juntarmos o melhor de cada uma dessas franquias num jogo só?". Assim nasceu Tom Clancy's Ghost Recon Wildlands.

Não que isso signifique que Wildlands seja o melhor game de todos os tempos (ou pelo menos o melhor da Ubisoft). Mas que a equipe de criadores tentou unir o diferencial de cada um dos principais jogos da empresa: os cenários de Far Cry, a ação de Rainbow Six, o mundo aberto de Watch Dogs, o jeitão cosmopolita de Assassin's Creed, o enredo de Splinter Cell e assim por diante. Se funcionou, é outra história.

Mas antes de mais nada, temos que contextualizar Ghost Recon. A série foi criada em 2001, a partir da licença do material concebido pelo escritor de ficção militarista Tom Clancy (o cara por trás de Caçada ao Outubro Vermelho (1984), Jogos Patrióticos (1987), A Soma de todos os medos (1991) e games como os já citados Rainbow Six e Splinter Cell, além de The Division). No jogo, você faz parte de uma divisão especial das Forças Armadas dos EUA, especializada em operações ultrassecretas, daí o apelido "Ghost".

O último game tinha sido Ghost Recon: Future Soldier (2012), um shooter em terceira pessoa bem linear, mas legal de jogar para quem curte o gênero - especialmente quem gosta de ser mais tático, afinal a franquia sempre ofereceu ferramentas avançadas de infiltração. Mas Wildlands chegou para fazer pela série o que Skyrim fez por The Elder Scrolls: dar aquela reinventada na franquia ao mesmo tempo que traz um boost em sua popularidade.

E parece que vai conseguir isso, pois apesar dos seus defeitos (e chegaremos nele já já), Wildlands foi muito bem recebido e levou Ghost Recon para a cabeça de muita gente que nunca tinha ouvido falar na série. Os gráficos espetaculares ajudam bastante, bem como a ambientação perfeitamente criada e a liberdade de exploração que o jogo traz. Esses são seus pontos mais fortes.

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Em Wildlands, os soldados controlados pelos jogadores desembarcam na Bolívia-do-futuro-distópico dominada pelo cartel de drogas Santa Blanca. Sua missão é investigar toda a operação da organização criminosa, quebrar alianças entre os chefões do tráfico e o governo corrupto e salvar a população boliviana da crueldade do líder do cartel, El Sueño. Tudo isso num mapa deslumbrante e totalmente aberto à escolha dos jogadores.

O game pode ser jogado sozinho (com os outros membros do esquadrão controlados pela IA) ou em multiplayer co-op, que é sempre mais divertido. Apesar de ser menos tático do que seus predecessores, Wildlands ainda é mais estratégico do que o jogo médio de mundo aberto, muito graças ao seu arsenal de gadgets, que inclui drones de reconhecimento e binóculos, que te permitem marcar os inimigos no mapa e coordenar suas ações.

Você tem ainda à sua disposição uma gama enorme de veículos, desde militares até os carros sport dos traficantes, passando por até helicópteros. Mas apesar da diversidade, todos têm uma coisa em comum: são horríveis de pilotar. A mecânica dos veículos é um dos problemas do jogo, e parece que o tempo todo você está dirigindo por uma pista enlameada e sem controle. Evitar colisões ou atropelamentos acidentais é quase impossível.

Outro ponto positivo que é seguido por um negativo é o cenário. A construção do ambiente é belíssima e o pessoal da Ubi realmente teve um trabalhão para criar as melhores locações de florestas, montanhas, cidades, deserto e toda variedade que a Bolívia pode oferecer. Levando em conta que você é livre para cumprir suas missões nesse mapa, a imersão pode ser incrível. Poderia, se não fosse tão repetitivo cumprir os objetivos. Acaba sendo mais divertido passear pelo cenário do que jogar o jogo de fato, em vários momentos - principalmente quando o enredo não ajuda.

Mas no todo, Wildlands é um game acima da média. É o tipo de investimento seguro para quem não compra muitos jogos durante o ano (afinal, nem todo mundo - ou quase ninguém - tem R$ 250 todo mês para comprar os lançamentos). Com o novo Ghost Recon você faz uma compra e garante muitas horas de diversão solo ou com os amigos. Vale a compra.