[Crítica] - A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 30/03/2017 às 0:03
Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell
Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell FOTO: Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell

Confesso que quando saíram as primeiras notícias, não fiquei muito empolgado. Ghost in the Shell, ao lado de Akira, Neon Genesis Evangelion, Cowboy Bebop e outros, estão num lugar especial que guardo no coração para meus animes favoritos. O tipo de coisa que é difícil de tirar do seu conceito original e adaptar para o ocidente. E depois de certas experiências frustrantes (estou olhando para vocês, Dragon Ball: Evolution e Speed Racer), achei que tinha grandes chances de não dar certo.

Mas aí começaram a ser liberadas as primeiras imagens da produção, dirigida por Rupert Sanders e protagonizada por Scarlett Johansson. Tudo bem cyberpunk, lindo como deveria ser o filme com um orçamento alto baseado no desenho que inspirou parte desse movimento. Bem fiel tanto ao material de Masamune Shirow (mangá) quanto de Mamoru Oshii (anime).

E chegou março de 2017, finalmente pude ver o resultado final. Com poucos minutos de projeção, meus problemas acabaram. Não que A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell seja uma adaptação perfeita, mas é o mais próximo que um estúdio norte-americano, interessado na bilheteria ao redor do mundo, poderia conceber.  E o mais importante: ele abre oportunidades.

Antes de entrar nesse mérito, vou falar logo dos pontos negativos. O roteiro é extremamente expositivo, não deixa muito espaço para reflexão do espectador. Especialmente se comparado ao material original (que é tudo, menos isso), mas mesmo colocando lado a lado com algumas das ficções científicas mais recentes, ele é meio raso. Tudo é bem explicadinho, através de imagens e da fala dos personagens, para não deixar dúvida. A ponto de irritar. Dá até para fazer um jogo daqueles de bebida - toda vez que um personagem falar as palavras "ghost" ou "shell", toma um shot (spoiler: ninguém vai terminar o filme sóbrio).

Mas isso não significa que o que esteja sendo dito não seja pertinente. É uma história de descobrimento, de amadurecimento. Para além do seu exterior (sua casca, ou "shell"), quem você é (seu espírito, ou "ghost")? No caso, o descobrimento da Major (Johansson) a primeira uma humana 100% melhorada ciberneticamente. Num universo em que a maioria das pessoas recorre à implantes para melhorar sua performance, a Major é um cérebro humano dentro de um corpo robótico.

Ela faz parte da Seção 9, um esquadrão de elite de combate ao ciberterrorismo, prática que atingiu um novo nível - incluindo a habilidade de invadir a mente das pessoas e controlá-las. Como de costume, a ficção científica usa uma extrapolação do futuro para falar do presente. Um terrorista em particular está atacando os executivos e cientistas da Hanka Corporation, empresa que "fabricou" a Major. Isso faz com que ela tenha mais contato com sua própria origem e passe a questionar suas memórias.

Galeria: anime vs. filme

Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell (2017) - Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell (2017)
Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell (2017) - Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell (2017)
Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell (2017) - Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell (2017)
Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell (2017) - Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell (2017)
Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell (2017) - Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell (2017)