Lá pelo final dos anos 90 e até idos de 2010, era comum ao usuário acumular arquivos digitais na memória do seu computador. Músicas, fotos, vídeos, filmes... Tudo que você baixava ficava no seu HD, disponível para consumo posterior - ou não. Nesse contexto, o Nero era um dos seus melhores amigos: um software que te ajudava a gravar esses dados em CDs ou DVDs, não só livrando espaço de memória como criando produtos com uma cara profissional, com menus, legendas e faixas, que podiam ser convertidos e tocados em qualquer aparelho.
Mas então veio a banda larga (de verdade, não aquela conexão de 128 kbps que vendiam como "banda larga") e a revolução do streaming. Netflix, Amazon Prime, HBO Go, Spotify, Deezer, Apple TV, Google Play e muitos (cada vez mais) outros chegaram para livrar o HD do seu computador, notebook, tablet, smartphone ou outro device que você usa no seu dia a dia. Então, nesse tempo, o que aconteceu com o Nero?
Primeiramente, a ferramenta não parou de evoluir. A Nero AG lançou no mês passado a versão 2017 da sua suíte de aplicativos, em duas versões: Classic e Platinum (respectivamente a R$ 249 e R$ 329, com descontos para proprietários de versões anteriores). O pacote integrado de mais de 15 aplicações para gestão de arquivos multimídia aprimorou suas funcionalidades de edição de vídeo, transcodificação e gravação, mas também se modernizou, adicionando ferramentas de compartilhamento e transmissão streaming via WiFi, além de suporte ao novo formato HEVC (H.265) e a algoritmos mais poderosos para compressão de vídeo Ultra HD 4k.
O Nero 2017 Platinum (que é a versão que tive acesso) pode continuar te ajudando a dar vazão ao conteúdo que você tem no seu disco. A interface do programa lembra o layout do Windows 10, e todas as funções foram agrupadas em seções que reúnem as soluções que compartilham a mesma plataforma, seja para gerenciar ou reproduzir um conteúdo, editar e converter, extrair e criar mídias ou backup de arquivos.
O principal é o Nero Burning ROM, que permite gravar CDs, DVDs ou Blu-ray, podendo inclusive adicionar uma camada de criptografia ao conteúdo, ou dividi-lo em mais de um disco. A novidade da versão 2017 é justamente o suporte ao codec HEVC (H.265) e a otimização para vídeos 4K. Há ainda um suporte melhorado para a reprodução de filmes com legendas (formato SRT) e uma ferramenta "multi-export" que ajuda a localizar e extrair cenas de um vídeo longo. A vantagem, como em tudo no pacote, é poder fazer isso sem ter muito conhecimento técnico de edição.
Para extrair arquivos de vídeos ou áudio de outros discos, o Nero Recode consegue convertê-los para um formato específico. É ele que vai te ajudar a digitalizar sua coleção de CDs, por exemplo. O suporte ao Gracenote no Nero Media Home garante que as músicas sejam sempre mostradas com a capa do disco original. Com o Music Recorder, o usuário pode gravar em MP3 o conteúdo de estações de rádio online, gratuitamente.
A suíte ainda te ajuda a editar seus vídeos, com efeitos especiais e filtros - mais uma vez, que podem ser convertidos para HD, Full HD e 4K. A versão Platinum conta com mais recursos, como picture-in-picture, chroma-key, slowmotion, time lapse e tilt-shift, entre outras. Dentro do pacote ainda está o aplicativos gratuitos da Nero para transmissão de arquivos em dispositivos móveis para SmarTVs.
