[CCXP 2016] - Assistimos Moana: Um mar de aventuras

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 03/12/2016 às 14:58
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A próxima animação da Disney, Moana – Um mar de aventuras, ganhou uma exibição especial prévia durante a Comic Com Experience, em São Paulo. E bota especial nisso, já que além de ver o filme antes de todo mundo no Brasil (o filme estreou nos Estados Unidos em 23/11, mas só chega por aqui em 5 de janeiro), o público ainda contou com uma palestra especial dos diretores da animação, John Musker e Ron Clements.

Essa dupla impõe um respeito enorme. Eles são os responsáveis por “somente” A Princesa e o Sapo (2009), Planeta do Tesouro (2002), Hércules (1997), Aladdin (1992) e  A Pequena Sereia (1989). Agora, com Moana, eles apresentam a primeira princesa Disney de origem polinésia.

Essa não é a única característica que difere Moana de outras protagonistas femininas. A garota de 16 anos também não tem um corpo de supermodelo, com a cintura irrealisticamente fina e longas pernas. Moana é como uma garota comum, com responsabilidades junto à sua comunidade, mas com um incontrolável espírito de aventuras.

Além disso,  Moana é a última de uma série de princesas Disney que se mostram cada vez menos dependentes de um “príncipe encantado”, que começou, veja você, justamente com a sereia Ariel, passando por Bella (A Bela e a Fera) Pocahontas, Mulan, Tiana (de A Princesa e o Sapo), Rapunzel (Enrolados), Merida (Valente) e a mair popular atualmente, Elsa (Frozen). Moana vai ainda mais longe: ela não só é a futura líder do seu povo (como Elsa), no desenho ela não possui nenhum interesse romântico, só a sua missão (diferente de Anna, irmã de Elsa).

O longa animado é inspirado na mitologia polinésia. O guerreiro semideus Maui rouba uma pedra que é o coração da deusa da vida, Te Fiti. Por causa disso, uma maldição se espalha pelas ilhas da Oceania, acabando com toda vida e trazendo monstros para o mundo. Mil anos depois, a maldição ameaça a ilha de Motunui, onde o pai de Moana, Tui, é o chefe da tribo. A garota então parte atrás do conhecimento que pode salvar seu povo – e para isso deve enfrentar muitos desafios.

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De acordo com Musker, a produção do filme durou 5 anos e envolveu 500 artistas. “Tomei contato com a mitologia polinésia e apresentei uma ideia para o John Lasseter (chefe de criação da Disney Studios). Ele adorou, mas pediu para que pesquisássemos mais, então fizemos uma viagem para Fiji, Samoa e Taiti”, conta.

As histórias e aventuras de Maui (que no original em inglês é dublado pelo Dwayne “The Rock” Johnson) são todas parte da mitologia das ilhas, e foram recontadas no filme. Mas a base do enredo parte de fatos reais.

“Os povos daquela região foram os maiores navegadores da história. Durante quatro mil anos eles navegaram ocupando as ilhas de Nova Guiné, Samoa e Tonga, sem ferramentas modernas, utilizando as estrelas e o conhecimento das correntes. Mas por um tempo isso parou, e por mil anos eles simplesmente pararam de explorar, ninguém sabe ao certo o motivo. Há dois mil anos eles retornaram suas navegações e povoaram o Havaí e a Nova Zelândia. Então tentamos imaginar o que teria causado esse hiato. Na nossa versão, começou com a trapalhada de um semideus e acabou por causa de uma menina de 16 anos”, explica Clements.

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Moana é um filme belíssimo, com imagens que só a computação mais avançada poderia criar – e uma história inspiradora que pode ajudar muitas meninas por aí a se sentirem mais seguras em seguir seus corações e partir em suas próprias aventuras (meninos também, claro).

A trilha sonora é um show à parte, com uma música tema que tem tudo para substituir a famigerada “Let it go”. Mas isso não é gratuito, já que a equipe musical conta com feras como  Opentala Foa’i, Mark Menchina e ninguém menos do que Lin-Manuel Miranda, o sujeito por trás do musical que tem feito o maior sucesso nos EUA atualmente, Hamilton. “Quando o conhecemos, há 5 anos, não existia Hamilton. Mas já vimos nele um potencial incrível e queríamos aproveitá-lo, já que o povo polinésio é extremamente musical, então a música teria um grande papel no filme”, afirma Musker.