Empresas de tecnologia em Pernambuco cobram resposta do poder público sobre Uber

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 27/07/2016 às 14:12
Foto: Reprodução/Internet
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Quanto mais tempo leva a se resolver, mais intensa se torna a disputa entre motoristas de táxi e Uber no Recife. Agora, assim como a sociedade, empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação também passam a pressionar o governo público por um posicionamento, seja a favor ou contra a permanência do transporte particular.

O que se discute, no entanto, é o cerceamento das atividades oferecidas pelas empresas de tecnologia, já que outras prestações de serviços podem vir a ser proibidas também. "Há a previsão de que até 2020 tenhamos carros sem motoristas. E aí, o que as pessoas contrárias a isso vão fazer? Apedrejar esses carros também?", questiona Ítalo Nogueira, presidente da Associação das Empresas de Serviços de Processamento de Dados (Assespro/PE).

Diante do conceito de economia compartilhada, o que se deve temer é o medo de não evoluir. A concorrência, afinal, já existia desde muito antes. "Essas novas tecnologias também são negócios. É preciso estar disposto a melhorar o próprio trabalho. Em breve teremos outros apps e não podemos travar este progresso", afirma Ítalo.

Em Pernambuco, a Assespro, que representa as empresas de Tecnologia da Informação, divulgou recentemente uma nota de repúdio ao recente caso de um carro do Uber que foi apedrejado. "A Assespro vem, publicamente, repudiar esse absurdo e exigir dos gestores públicos dos nossos municípios, principalmente do Recife, que assumam a responsabilidade sobre essa questão", diz o documento que ainda deve ser encaminhado aos órgãos públicos.

Para o presidente, a prefeitura deve tomar o exemplo de São Paulo que, em maio deste ano, autorizou o uso do aplicativo de carros na cidade. "Como é que uma cidade que sedia o Porto Digital se omite de uma discussão como esta? É uma posição extremamente equivocada, seja do poder executivo ou do legislativo. Será que as pessoas não deixariam o carro em casa com mais frequência se tivessem essa opção regularizada? Será que não facilitaria o transporte em grandes eventos como o Carnaval? São questionamentos que devem ser discutidos em audiência pública", afirma Ítalo.