BMW, Intel e Mobileye se unem para desenvolver carros autônomos

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 01/07/2016 às 18:53
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CHRISTOF STACHE
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da AFP

A fabricante alemã de automóveis BMW anunciou na sexta-feira que vai unir esforços com a gigante americana de microprocessadores Intel e a empresa de tecnologia israelense Mobileye para desenvolver carros autônomos.

As três companhias buscam "soluções para a condução altamente automatizada, para levá-la à produção em série até 2021", informaram em comunicado conjunto.

A notícia chega em meio a um interesse crescente por carros autônomos. Nos últimos anos, o Google testou seu protótipo de veículo sem motorista, e grandes fabricantes de automóveis realizaram pesquisas sobre essas tecnologias.  "A BMW, a Intel e a Mobileye estão convencidas de que as tecnologias de condução automatizada vão tornar as viagens mais fáceis e mais seguras", afirma o comunicado.

O objetivo da colaboração é desenvolver soluções que permitam não só que os motoristas tirem as mãos do volante, mas também que eles cheguem a um ponto em que possam tirar os olhos da estrada e, finalmente, tirar a mente da condução, acrescenta a declaração. A etapa final seria, então, um veículo sem motorista. "Isto estabelece a oportunidade para criar frotas de carros autônomos até 2021", assim como "as bases para modelos de negócios inteiramente novos em um mundo móvel conectado", disseram os parceiros. 

Enquanto a indústria automobilística vê os carros autônomos como o caminho para o futuro, a empresa americana de carros elétricos Tesla anunciou que um motorista morreu em um acidente de carro na Flórida, em maio, enquanto usava o sistema de piloto automático em um de seus modelos.

Na quinta-feira, a Agência de Segurança Viária (NHTSA) dos Estados Unidos informou ter aberto uma investigação sobre a função piloto automático devido ao acidente.  A Tesla lançou seu sistema de piloto automático no ano passado. A função é ativada pelo motorista e permite ao veículo mudar automaticamente de pista, controlar a velocidade e frear.

BMW, Intel e Mobileye insistiram que "o futuro da condução automatizada promete mudar vidas e sociedades para melhor".  No entanto, "o caminho para chegar a um mundo totalmente autônomo é complexo" e exigirá soluções "que integrem inteligência na rede", completaram.

Um estudo divulgado no início deste mês disse que a chegada iminente de veículos autônomos provavelmente reduzirá substancialmente as mortes no trânsito, mas também implicará em dilemas morais.  Os cientistas disseram que os sistemas de condução autônoma exigirão que programadores desenvolvam algoritmos para tomar decisões críticas que se baseiam mais na ética do que na tecnologia, como escolher entre sacrificar passageiros ou pedestres no momento de um acidente.