Brasil está na mira dos ladrões de dados, diz IBM

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 28/06/2016 às 8:06
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O Brasil está em primeiro na lista de países mais vulneráveis no quesito segurança da informação. É o que informa uma pesquisa encomendada pela IBM ao Instituto Ponemon sobre o custo médio de violação de dados, “Cost of Data Breach Study 2016”, em 12 países.

Trinta e três companhias brasileiras de 12 diferentes setores foram entrevistadas no período de dez meses. O resultado aponta que a média de custo per capita de violação de dados no Brasil cresceu significativamente, de R$ 175,00 para R$ 225,00 de um ano prá cá. Porém, o prejuízo das empresas no País passou de R$ 3.96 milhões para R$ 4.31 milhões. Já o número de dados roubados este ano subiu de 3.900 para 85.400.

De acordo com a IBM, os ataques maliciosos foram a causa primária e mais cara das violações de dados. Cerca de 40% dos incidentes envolveram uma tentativa maliciosa ou criminosa - além disso, funcionários ou organizações que negligenciam a segurança de seus dados representaram 30% de todas as violações, enquanto os outros 30% foram causadas por falhas humanas.

Segundo o líder de Serviços de Segurança da IBM Brasil, André Pinheiro, esse cenário mostra que as empresas precisam se conscientizar ainda mais quanto à Segurança da Informação. “Essa pesquisa atesta que estar um passo à frente dos criminosos digitais deixou de ser algo apenas desejável e passa a ser obrigatório para a sobrevivência das organizações”, afirma Pinheiro.

Os custos pós-violação de dados também cresceram: despesas legais com serviços de proteção, entre outros, aumentaram de R$ 1.23 milhão em 2015 para R$1.32 milhão em 2016. Os gastos diretos com atividades como o envolvimento de peritos forenses subiram de R$ 103,00 para R$ 110,00. Já os indiretos, que incluem tempo, esforço e outros recursos organizacionais, passaram de R$ 43,00 para R$ 115,00 em 2016.

As principais medidas preventivas implantadas por companhias após sofrerem com brechas de segurança foram: uso extensivo de dados criptografados (47%), procedimentos manuais e controles suplementares (46%), programas de treinamento e conscientização (43%), segurança e fortalecimento dos controles de perímetro (40%). Nos últimos quatro anos, o uso de criptografia aumentou 22%. Já o fortalecimento dos controles de perímetro e o uso de sistemas de inteligência de segurança cresceram 21%.

De acordo com Pinheiro, as organizações necessitam investir no aprimoramento das práticas de proteção de dados. “Dados são os maiores ativos das organizações. Saber que continuamos em um, aparentemente, incontrolável crescimento de perda e roubo de dados mostra que elas devem dedicar mais atenção e investimentos a essa área”, esclarece.