Porto Digital lança primeira turma do Mind the Bizz

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 09/06/2016 às 17:45
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Com o lançamento da primeira turma do Mind the Bizz, o Porto Digital fecha seu ciclo de evolução das startups dentro do ecossistema do parque tecnológico - indo desde o período de maturação da ideia do negócio até a internacionalização da empresa.

O programa serve como um “berçário” para projetos que podem se tornar negócios inovadores num futuro próximo, e vai trabalhar próximo ao Pitch, espaço de coworking recém-inaugurado em parceria com Centro de Informática da UFPE (CIn).

A apresentação das 15 startups que farão parte do projeto vai acontecer nesta sexta (10/06) às 18h, na aceleradora Jump Brasil, com a presença de Francisco Saboya, presidente do Porto Digital, e do diretor-superintendente do Sebrae local, José Oswaldo Ramos. Como não poderia deixar de ser nesse universo dos negócios, elas terão que apresentar um breve pitch sobre suas ideias para o público presente.

Pitch, parceria do Porto Digital dom o CIn-UFPE. Foto: Beto Oliveira/Divulgação Pitch, parceria do Porto Digital dom o CIn-UFPE. Foto: Beto Oliveira/Divulgação

“A proposta é termos um espectro inicial desses empreendedores antes deles participarem das 10 semanas de mentorias e programação. Ao final deste trajeto, esperamos ver outras ideias e conceitos lapidados”, explica Pedro Souza, gerente de empreendedorismo do Porto Digital. O Mind the Bizz ainda vai utilizar a mesma metodologia desenvolvida pelo programa Cinove, da UFPE, que inclui princípios de customer development, design thinkin e construção de cenários futuros.

“Queremos dar suporte para que as empresas participantes consigam, em um período curto, identificar seu modelo de negócios e ao menos um esboço de MVP (mínimo produto viável)", comenta o presidente do Porto Digital, Francisco Saboya. Várias das empresas selecionadas, por exemplo, são formadas por alunos de graduação.

É o caso do Mona Migs, um site que conecta pessoas LGBT expulsas de casa a pessoas que possam acolhê-las temporariamente, e que surgiu numa Startup Weekend. "A ideia surgiu pois alguns dias antes do evento um caso de uma pessoa que tinha sido expulsa de casa mobilizou muita gente da universidade. Conversando entre nós percebemos que isso poderia ter sido resolvido muito mais facilmente caso existisse alguma rede social em que as pessoas pudessem se disponibilizar a receber essas pessoas", lembra Pedro Magalhães, um dos criadores do site.

mona

O grupo do Mona Migs é multidisciplinar, e possui designers, engenheiros de computação e estudantes de sistemas de informação, mas nenhum deles ainda terminou o curso. “Nossa expectativa com o programa é encontrar investidores e parceiros que possam nos ajudar no desenvolvimento da plataforma. Queremos profissionalizar cada vez mais o projeto”, conta Pedro.

Outros empreendedores já estão numa etapa mais avançada no desenvolvimento do negócio, já próximo de entregar um MPV, como o AppBora, que foi criada a partir da Dieta da Rede Social, criada pelo jornalista Marcus Andrey, o "Mandrey". “Percebemos que um aplicativo poderia de comunicar melhor com nosso público-alvo – que são pessoas sedentárias mas não necessariamente obesas. O Mind the Bizz pode nos ajudar a buscar parcerias ainda mais longe, como academias e planos de saúde”, conta.

appbora

Com o AppBora, Mandrey quer levar o engajamento que ele teve com a Dieta da Rede Social a mais pessoas. "A hiperconectividade está deixando as pessoas mais solitárias. Você tem o contato de mil amigos no bolso, mas ninguém do seu lado, fisicamente. Mais do que combater o sedentarismo, queremos criar um momento de felicidade entre as pessoas, através dos exercícios", afirma o jornalista.

CICLO - Dentro do organograma do Porto Digital, o Mind the Bizz fica no estágio oposto de maturidade do programa de internacionalização Deep Dive, com a incubação e a aceleração entre as pontas. “Startups de diversos níveis podem obter nosso suporte. Elas podem, por exemplo, estar ainda no processo inicial de ideação, ou precisando de um pouco mais de musculatura para encarar o mercado ou até as que já estejam prontas para receber algum investimento. Para as intermediárias, temos a Incubadora, e para as que estão em estágio mais avançado temos a nossa aceleradora, a Jump Brasil, e um programa de internacionalização, o Deep Dive", lembra Saboya.

Apesar da construção desse caminho estar definida dentro do Porto Digital, a maturidade das empresas não segue uma sequência lógica. "Uma empresa do Mind the Bizz pode demonstrar já de cara atributos que a tornem acelerada, uma incubada não precisa acelerar para ser internacionalizada. Temos várias formas de atender as startups e o desempenho do empreendedor é uma variante fundamental para o crescimento da empresa", explica Pedro Souza.