Governo contrata de consultoria suíça para levantar potencialidades do Estado através de Tecnologia

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 07/06/2016 às 21:53
RETRATISTA207 (1) FOTO:

O Governo do Estado assinou um contrato liberando R$ 1,5 milhão para a contratação do Centro Suíço para Eletrônica e Microtecnologia (CSEM) Brasil, uma consultoria que fará um levantamento para maximizar as potencialidades na produtividade das empresas do setor econômico do Estado. O investimento parte da Secretária de Desenvolvimento Econômico e o estudo, que quer garantir o aumento da competitividade do mercado local, se encaixa no plano estratégico da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti).

O trabalho será executado em um período de seis meses e vai inspirar políticas públicas nos mais diversos setores. “Essa agenda veio para ficar, para avançar em diversas áreas e nos tornar mais produtivos, independentes e conectados com o futuro”, afirmou o governador Paulo Câmara, na cerimônia que ocorreu no Palácio do Campo das Princesas.

O trabalho começa hoje, com um seminário na sede da Secretária de Desenvolvimento Econômico. “Serão apresentadas as vias de trabalho que vão ser desenvolvidas de agora em diante, e a dinâmica necessária para que essa tarefa prossiga de forma mais integrada e articulada possível. O resultado vai surgir a partir da participação de todos os segmentos da economia”, explicou o secretário Thiago Norões. Para o desenvolvimento de novas plataformas, a CSEM vai contar com o apoio da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), do Complexo Industrial Portuário de Suape e do Instituto de Tecnologia de Pernambuco (Itep).

De acordo com a responsável pela Secti, Lúcia Melo, Pernambuco deve se preparar, com políticas de estado, para os desafios impostos pela nova revolução industrial trazida tecnologia. “Na estrutura produtiva do Estado temos desafios de inovação desde a base da pirâmide, com empresas de baixa intensidade tecnológica – que são boa parte da nossa indústria – até os setores estratégicos que receberam investimentos recentes. As políticas públicas devem preparar as pessoas e as empresas locais para darem esse salto para o ecossistema da manufatura avançada”, afirma a secretária.

Para ajudar nesse salto, a Secti apresentou ao governo um plano estratégico chamado Pernambuco em inovAÇÃO, com as bases para a implementação da políticas públicas que estejam em sintonia com as tendências globais de tecnologia. De acordo com Lúcia Melo, “o planejamento tem que ser de longo prazo, para além do momento atual da economia e mirando o futuro. Não podemos deixar que a falta de investimentos por conta a situação da economia acabe parando todos os projetos. Pelo contrário, temos que ter tudo planejado para quando a economia voltar aos eixos, ou então a energia para nos tirar da inércia terá que ser muito grande”.

O plano da Secti tem como premissas manter o momentum dos investimentos feitos últimos anos e aproveitar a janela de oportunidade demográfica ou “bônus demográfico” até 2030, ou seja, a maior parte da população ainda é jovem. “Para isso temos que melhorar nossa competência no chamado STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática), aumentar o número de especialistas nessas áreas para formar os profissionais que trabalharão nessa manufatura 4.0, e não criar os desempregados do futuro”, completa a secretária.

A estratégia proposta envolve os principais atores que formam o cenário de C&T no Estado, como universidades, empresas e instituições como Itep, Porto Digital e Parqtel. Este último, criado para ser mais um parque tecnológico para Pernambuco, mas voltado para a eletroeletrônica, está sendo reformulado. O espaço, que fica no bairro do Curado, ganhará um instituto de inovação da Universidade de Pernambuco (UPE) e uma incubadora. “Mas não será voltada para startups, mas uma incubadora de processos”, explica Lúcia, “vamos publicar um edital para chamar empresas que quiserem desenvolver projetos lá dentro”.

Outro ponto do projeto é o Espaço Ciência, que deve ganhar uma ampliação e modernização ainda este ano, e uma interiorização em 2017. “Ele é um patrimônio enorme, que é respeitado nacionalmente e deve ser mais valorizado”, avalia a secretária.