Basta ouvir os primeiros acordes do tema de Uncharted para perceber que vem por aí uma graaande aventura. Foi assim nos três jogos anteriores e não poderia ser diferente em Uncharted 4: a thief’s end, primeiro game da franquia lançado para Playstation 4 (e talvez último da saga). Nova jogabilidade e gráficos belíssimos ajudam o gamer a mergulhar na próxima missão de Nathan Drake - dessa vez para mais do que uma cidade histórica perdida: para dentro de si mesmo.
Situado a 3 anos após os acontecimentos de Uncharted 3, no novo jogo Nathan Drake, aparentemente, deixou a vida de caçador de recompensas para trás. Casado com Elena, ele agora leva uma vida normal. No entanto, não demora muito para a aventura lhe chamar quando seu irmão Sam, que havia sido dado como morto há 15 anos, volta pedindo sua ajuda para salvar sua própria vida.
Na caça ao tesouro há muito perdido do capitão Henry Avery - um dos maiores piratas de todos os tempos - Sam e Drake embarcam em uma jornada para encontrar Libertalia, a utopia pirata nas profundezas das florestas de Madagascar. Ao lado dos irmãos está o velho conhecido dos fãs Victor "Sully" Sullivan, em uma jornada ao redor do mundo, por ilhas selvagens, cidades e picos nevados, à procura da fortuna de Avery.
Logo de cara somos jogados (ou jogamos?) em duas situações inéditas para o que conhecemos de Nathan. Primeiro, sua infância no orfanato católico e sua convivência com seu irmão adolescente rebelde - o que fica claro que ele admira, respeita, e se espelha. Depois, sua vida de casado, morando numa casa com três quartos e jogando videogame com Elena. Nessa cena, inclusive, temos um super easter egg para quem é fã da desenvolvedora Naugthy Dog (ou gamer das antigas, da época do primeiro Playstation): em desafio a Elena, jogamos uma fase do clássico Crash Bandicoot, que chegou a ser o mascote do console em seus primeiros anos. Temos ainda um flashback, que mostra uma das primeiras aventuras de Nathan, ainda ao lado de Sam, no México, e como seu irmão veio a morrer. Ou não?
Essa introdução não só dá o tom intimista do jogo mas nos introduz aos elementos novos na jogabilidade de Uncharted. A diferença de tempo entre o terceiro e o quarto jogos (cinco anos) fez com que Thief’s End herdasse muitas das características de outros jogos que o antecederam, principalmente Last of Us, da própria Naugthy Dog, e os novos Tomb Raider - dos quais a série originalmente já tinha se inspirado.
Uncharted continua sendo um jogo de tiro e exploração em terceira pessoa, mas com uma abordagem nova. Os tiroteios desenfreados dão lugar à uma abordagem mais estratégica - você pode, inclusive, passar muito tempo sem precisar dar um tiro sequer se optar por uma infiltração mais stealth. Isso também é possível graças ao design das fases do jogo, que são enormes! Uncharted 4 é um jogo linear que te dá uma sensação de mundo aberto, tal é a dimensão dos mapas em cada missão. Essa grandiosidade também dá ao jogador diversas maneiras de percorrer o cenários, caminhos para percorrer, lugares para escalar e completar os desafios. Assim, além das cutscenes de tirar o fôlego que são características da série, você também pode criar suas próprias cenas de ação elaboradas.
Para além das dezenas de horas que o modo história, o jogo ainda conta com um modo multiplayer competitivo, que inclui diversos personagens de toda saga Uncharted. Nas partidas você deve derrotar seus oponentes e pode usar os tesouros encontrados nos mapas para receber upgrades. O modo multijogador é bem competente, mas claramente não é o foco principal do game, que brilha mesmo é no single player. Mesmo lançado no início da vida do Playstation 4, o novo Uncharted já pode ser considerado um dos melhores jogos do console da Sony.
